Tribunal espanhol decide que trabalho no Facebook gerou trauma mental em moderador
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Por Joan Faus e Catarina Demony
BARCELONA/MADRI (Reuters) - Um tribunal espanhol decidiu que a saúde mental de um ex-moderador do Facebook foi prejudicada por seu trabalho de revisar conteúdo gráfico como decapitações, em um caso que pode ter implicações em como as redes sociais se relacionam com esses profissionais. A corte, localizada em Barcelona, manteve uma decisão da agência de seguridade social da Espanha e disse que o tratamento psiquiátrico do moderador subcontratado era consequência de seu trabalho, o que significa que ele receberá um valor maior de indenização por afastamento médico. O moderador trabalhou entre 2018 e 2020 na CCC Barcelona Digital Services, membro da Telus International, que é um dos fornecedores terceirizados da dona do Facebook, a Meta. A Telus anunciou que vai recorrer da decisão. Um porta-voz da Meta não quis comentar, dizendo que a empresa “não é parte do caso em questão”. O trabalhador era obrigado a assistir vídeos que incluíam “automutilação, decapitação de civis assassinados por grupos terroristas, torturas contra pessoas e suicídios”, disse o tribunal. A CCC entrou com o processo em 2022, para tentar reverter uma decisão da agência de seguridade social, que havia dito que a deterioração da saúde mental do moderador era resultado de seu trabalho. Mas em 12 de janeiro, em decisão acessada pela Reuters, o juiz Jesus Fuertes rejeitou o pedido. “O trabalhador sofria com uma situação de grande impacto emocional e psicológico em seu trabalho”, escreveu, acrescentando que o afastamento médico, ocorrido em 2019, era “exclusivamente e indubitavelmente” causado pelo seu emprego. A incapacidade do funcionário de trabalhar ocorreu em virtude de ansiedade severa, incluindo ataques de pânico, isolamento, disfagia (dificuldade de deglutir) e tanatofobia (medo da morte), informava a decisão. Em 2020, o Facebook fez um acordo com moderadores norte-americanos que sofriam com problemas de saúde mental. No ano passado, um moderador na Alemanha recebeu licença remunerada após ter pedido melhora nas condições de trabalho. (Reportagem de Joan Faus e Catarina Demony)
Escrito por Reuters
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