Tribunal Penal Internacional segue com problemas após ataque digital
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Por Stephanie van den Berg
HAIA (Reuters) - O Tribunal Penal Internacional (TPI) está operando com fortes limitações em seus sistemas digitais após um incidente de hacking, disseram fontes e advogados que trabalham no tribunal de crimes de guerra, nesta quinta-feira.
Dois advogados do tribunal e uma fonte próxima a ele, que pediu para não ser identificada, disseram que a maioria de seus sistemas com acesso à internet foram desconectados, os funcionários não podem acessar emails e aqueles que não estão trabalhando no local não podem acessar documentos.
A corte, com sede na cidade holandesa de Haia, divulgou pela primeira vez um 'incidente de segurança cibernética' na terça-feira, dizendo que estava tentando garantir a continuidade do 'trabalho principal' do tribunal. Um porta-voz do tribunal não quis fazer mais comentários.
As audiências no julgamento de dois homens acusados de liderar milícias que atacaram civis muçulmanos na República Centro-Africana foram retomadas nesta quinta-feira.
No entanto, a transmissão ao vivo do TPI não estava disponível e não havia som nas galerias onde o público e os jornalistas podem assistir aos julgamentos, disseram os funcionários do tribunal à mídia.
'Como equipe de defesa, temos acesso limitado aos sistemas do tribunal', disse o advogado Geert-Jan Knoops, que representa um dos suspeitos, Patrice-Edouard Ngaissona. Knoops esteve no tribunal nesta quinta-feira.
Ngaissona e o outro réu Alfred Yekatom se declararam inocentes.
Mylene Dimitri, que está defendendo Yekatom, disse à Reuters que ela estava trocando informações com outras partes usando pendrives e pastas de papel, entregando informações pessoalmente de escritório em escritório, já que o compartilhamento de arquivos eletrônicos e o email do tribunal não funcionavam.
'Isso nos deixa mais lentos', disse ela, acrescentando que apenas testemunhas ao vivo estavam sendo ouvidas durante os procedimentos e que os depoimentos por videochamadas de outras pessoas haviam sido adiados.
'Não temos ideia de quanto tempo essa situação vai continuar', acrescentou.
(Reportagem de Stephanie van den Berg, Anthony Deutsch e Toby Sterling)
Escrito por Reuters
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