Trump defende decisão de usar cloroquina mesmo sem comprovação para coronavírus
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WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta terça-feira o uso que tem feito da hidroxicloroquina, medicamento prescrito para o tratamento da malária, como forma de tentar evitar o novo coronavírus, apesar de alertas de especialistas da área médica, dizendo que cabe aos indivíduos tomar suas próprias decisões.
Sem oferecer nenhuma evidência, Trump disse a jornalistas durante uma visita ao Capitólio que acredita que o medicamento 'garante um nível adicional de segurança', acrescentando: 'Pessoas terão que tomar suas próprias decisões'.
A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) alertou sobre os possíveis e sérios efeitos colaterais do uso do medicamento em pacientes com a Covid-19.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, cuja secretária de Imprensa, Katie Miller, contraiu o coronavírus, disse ao Canal Fox News em entrevista que não estava tomando o medicamento.
'Eu não estou, mas eu nunca cercearia a possibilidade de que qualquer americano aceitasse o conselho de seu médico', disse Pence, de acordo com a transcrição da entrevista. Ele notou que a FDA havia aprovado o 'uso fora da bula' do medicamento quando prescrito por um médico.
'Meu médico não me recomendou, mas eu não hesitaria em ouvir o conselho dele. Qualquer americano deveria fazer o mesmo', disse.
Semanas atrás, Trump havia promovido o medicamento como um tratamento possível para a Covid-19 baseado em um relatório positivo sobre seu uso contra o vírus, mas estudos subsequentes concluíram que o uso do remédio não ajuda.
O médico da Casa Branca, Sean Conley, disse em nota publicada na noite de segunda-feira que ele e o presidente haviam discutido as evidências pró e contra o uso do medicamento e concordaram que 'o potencial benefício do tratamento compensava os riscos relativos'.
(Reportagem de Steve Holland, Tim Ahmann e Jeff Mason)
Escrito por Reuters