Trump promete responsabilizar Irã por novos ataques dos houthis
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WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que responsabilizará o Irã por quaisquer ataques realizados pelo grupo Houthi que ele apoia no Iêmen, conforme seu governo expande a maior operação militar dos EUA no Oriente Médio desde que Trump retornou à Casa Branca.
Em resposta às ameaças do movimento Houthi à navegação internacional, os EUA lançaram uma nova onda de ataques aéreos no sábado. Nesta segunda-feira, a cidade portuária de Hodeidah, no Mar Vermelho, e a província de Al Jawf, ao norte da capital Sanaa, foram alvos de ataques, informou a TV Al Masirah, dirigida pelos houthis.
'Cada tiro disparado pelos houthis será considerado, a partir de agora, como um tiro disparado pelas armas e pela liderança do Irã, e o Irã será responsabilizado e sofrerá as consequências, e essas consequências serão terríveis', disse Trump em uma publicação na sua rede Truth Social.
A Casa Branca disse que a mensagem de Trump ao Irã era para que o país levasse os Estados Unidos a sério.
Pelo menos 53 pessoas foram mortas nos ataques, informou no domingo o Ministério da Saúde administrado pelos houthis. Cinco crianças e duas mulheres estavam entre as vítimas e 98 ficaram feridas, segundo o ministério. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente o número de vítimas.
Uma autoridade dos EUA disse à Reuters que os ataques podem continuar por semanas. Washington também aumentou a pressão das sanções sobre o Irã, conforme tenta levá-lo à mesa de negociações sobre seu programa nuclear.
Os houthis, um movimento armado que assumiu o controle das partes mais populosas do Iêmen, apesar de quase uma década de bombardeios liderados pela Arábia Saudita, lançaram vários ataques a navios em sua costa desde novembro de 2023, desorgoanizando o comércio global.
Uma autoridade dos Emirados Árabes Unidos transmitiu na semana passada uma carta de Trump propondo conversações nucleares com Teerã -- uma proposta que o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, rejeitou como um 'logro' de Washington.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã Esmaeil Baghaei disse nesta segunda-feira que Teerã responderia à carta 'após uma análise completa' da mesma.
Os houthis afirmam que seus ataques, que forçaram as empresas a redirecionar os navios para viagens mais longas e mais caras ao redor do sul da África, são em solidariedade aos palestinos enquanto Israel ataca Gaza.
Os EUA e seus aliados os caracterizam como indiscriminados e uma ameaça ao comércio global.
O líder houthi, Abdul Malik al-Houthi, disse no domingo que os militantes atacariam os navios norte-americanos no Mar Vermelho enquanto os EUA continuassem a atacar o Iêmen.
(Por Susan Heavey e Ismail Shakil)
Escrito por Reuters