Trump e Macron conversam na Casa Branca sobre guerra na Ucrânia
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Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, se juntou nesta segunda-feira às negociações com o presidente dos EUA, Donald Trump, com a expectativa de abordar as perspectivas de fim da guerra na Ucrânia em meio a grandes diferenças sobre como proceder.
Macron se tornou o primeiro líder europeu a visitar Trump desde que ele retomou o poder, há um mês. O francês estava na Casa Branca para uma sessão matinal que durou uma hora e 45 minutos, incluindo participação de ambos os líderes em uma videoconferência com outros líderes do G7 sobre a Ucrânia.
Ao deixar a Casa Branca para caminhar de volta à residência de hóspedes da Blair House, Macron disse que a recepção de Trump foi 'muito boa, muito amigável'.
'Tivemos a videoconferência no Salão Oval com o G7', disse ele.
Mais tarde, os dois líderes vão realizar conversas bilaterais e presidir uma entrevista coletiva conjunta à imprensa.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, visitará Trump no final da semana, em meio ao alarme na Europa sobre a postura mais dura de Trump em relação à Ucrânia e as propostas de Moscou sobre o conflito de três anos.
Espera-se que Macron e Starmer tentem convencer Trump a não se apressar em chegar a um acordo de cessar-fogo com o presidente russo, Vladimir Putin, a qualquer custo, mantendo a Europa envolvida e discutindo garantias militares à Ucrânia.
Trump e sua equipe estão negociando um acordo de divisão de receitas com a Ucrânia para recuperar parte do dinheiro que o governo Biden enviou a Kiev na forma de armas para repelir a Rússia. O republicano disse no fim de semana que acreditava que um acordo seria alcançado em breve.
Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, rejeitou na quarta-feira passada as exigências de US$500 bilhões em riqueza mineral da Ucrânia para reembolsar Washington pela ajuda durante a guerra, dizendo que os EUA não forneceram de perto essa quantia até agora e não ofereceram garantias de segurança específicas no acordo.
Macron está tentando capitalizar em um relacionamento com Trump, construído durante seus primeiros mandatos presidenciais. Ele disse que concordar com um acordo ruim equivaleria a uma capitulação da Ucrânia e sinalizaria fraqueza para os inimigos dos EUA, incluindo China e Irã.
'Eu direi a ele: no fundo, você não pode ser fraco diante do presidente (Putin). Não é você, não é do que você é feito e não é do seu interesse', disse o presidente francês em sessão de perguntas e respostas de uma hora nas redes sociais, antes da visita desta segunda-feira à Casa Branca.
(Reportagem de Steve Holland)
Escrito por Reuters