Tunísia condena quatro pessoas à morte por assassinato de político em 2013
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Por Tarek Amara
TÚNIS (Reuters) - Um tribunal tunisiano condenou nesta quarta-feira quatro pessoas à morte e duas à prisão perpétua sob acusação de participarem do assassinato do proeminente líder político Chokri Belaid há 11 anos, o que provocou protestos em massa contra os islâmicos, então no poder.
Belaid, um político de esquerda, era um crítico ferrenho do partido islâmico Ennahda, que liderava o governo na época, acusando-o de fazer vista grossa à violência de extremistas contra secularistas. Ele foi morto a tiros em seu carro por homens armados em 6 de fevereiro de 2013, no que foi considerado o primeiro assassinato político na Tunísia em décadas.
O assassinato de Belaid provocou enormes e violentos atos em um momento já turbulento, logo após a Primavera Árabe de 2011, quando os protestos eclodiram primeiro na Tunísia e depois em toda a região, derrubando vários autocratas de longa data.
Meses após o assassinato de Belaid, Mohamed Brahmi, outro esquerdista, foi morto a tiros por pistoleiros, e os protestos em massa e a pressão política forçaram o governo liderado pelo Ennahda a renunciar.
O governo liderado pelos islâmicos disse que os envolvidos no assassinato de Belaid e Brahmi pertenciam à organização jihadista Ansar al-Sharia, que foi classificada como 'grupo terrorista' em agosto de 2013. Dezoito suspeitos no total foram condenados na quarta-feira.
A família de Belaid e os políticos secularistas acusaram os líderes do partido Ennahda de estarem por trás do assassinato, uma alegação fortemente negada pelo partido, cujo líder Rached Ghannouchi está preso por acusações não relacionadas desde o ano passado.
(Reportagem de Tarek Amara, Nadine Awadalla e Tala Ramadan)
Escrito por Reuters
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