Tunísia elege parlamentares para responder aos problemas econômicos
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Por Tarek Amara e Angus McDowall
TUNES (Reuters) - Tunisianos foram às urnas para eleger um novo Parlamento neste domingo, mas estações de votação silenciosas deram um indício da desilusão econômica que tem surgido desde a revolução de 2001 e que levou novatos políticos a desafiarem partidos já estabelecidos.
Às 11h30, no horário local, o comparecimento às urnas no país era de apenas 6,85%, segundo a comissão eleitoral, comparado com 7,3% no mesmo período no mês passado para o primeiro turno da eleição presidencial, no qual apenas 45% dos eleitores registrados votaram.
O fracasso de repetidos governos de coalizão que agrupavam a antiga elite secular e o partido moderado islâmico Ennahda, banido há tempos, em responder à fraca economia desanimou muitos tunisianos, junto à queda em serviços públicos.
'Após a revolução, estávamos todos otimistas e nossas esperanças eram altas. Mas esperanças tem caído muito agora como resultado da performance desastrosa dos governistas e do Parlamento anterior', disse Basma Zoghbi, funcionário do município de Túnis.
O desemprego, 15% nacionalmente e 30% em algumas cidades, é mais alto do que sob o antigo autocrata Zine El-Abidine Ben Ali, que morreu no mês passado em exílio na Arábia Saudita.
A inflação atingiu um recorde de 7,8% no ano passado e ainda está alta, em 6,8%. Frequentes greves do setor público interrompem serviços. Junto a isso, a desigualdade financeira divide tunisianos e a pobreza em muitas áreas se tornou um importante tema político.
(Reportagem de Tarek Amara e Angus McDowall)
Escrito por Reuters
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