Ucrânia e países bálticos vão boicotar reunião da OSCE por possível presença de chanceler russo
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KIEV (Reuters) - Ucrânia, Letônia, Estônia e Lituânia disseram nesta terça-feira que seus ministros das Relações Exteriores irão boicotar uma reunião do órgão de vigilância europeu OSCE nesta semana devido à possível presença do chanceler da Rússia, Sergei Lavrov.
Seria a primeira vez que Lavrov participaria de uma reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) desde que a Rússia lançou sua invasão em larga escala à Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, o que levou a sanções ocidentais abrangentes contra Moscou.
A reunião dos 57 membros da OSCE deve ocorrer em 30 de novembro e 1º de dezembro na capital da Macedônia do Norte, Skopje.
O principal diplomata da Rússia disse que participará da reunião se a Bulgária, vizinha da Macedônia do Norte ao leste, abrir seu espaço aéreo para ele. Lavrov disse que alguns países ocidentais já haviam solicitado reuniões.
O espaço aéreo búlgaro está fechado para aeronaves russas como parte das sanções da União Europeia impostas em resposta à guerra da Rússia na Ucrânia.
'A delegação ucraniana não participará da reunião ministerial da OSCE no nível do ministro das Relações Exteriores', escreveu Oleh Nikolenko, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, em uma declaração no Facebook.
Nikolenko disse que a Rússia abusou das regras de consenso na organização, recorreu a 'chantagem e ameaças abertas' e também manteve três representantes ucranianos da OSCE na prisão por 500 dias.
'Em tais condições, a presença de uma delegação russa em nível ministerial pela primeira vez desde o início da invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia só aprofundará a crise para a qual a Rússia levou a OSCE', disse ele.
Em um gesto de solidariedade a Kiev, os ministros das Relações Exteriores dos três países bálticos emitiram posteriormente uma declaração dizendo que também não participarão da reunião se Lavrov estiver presente.
(Por Tom Balmforth e Max Hunder, em Kiev, e Andrius Sytas, em Vilnius)
Escrito por Reuters
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