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UE vê pragmatismo em retorno de Cameron ao governo britânico como chanceler

Placeholder - loading - Novo ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron 13/11/2023 REUTERS/Suzanne Plunkett
Novo ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron 13/11/2023 REUTERS/Suzanne Plunkett

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Por Philip Blenkinsop

BRUXELAS (Reuters) - A nomeação de David Cameron como ministro das Relações Exteriores do Reino Unido pode ter chamado a atenção de países da União Europeia, mas o bloco vê o retorno do responsável pelo referendo do Brexit mais como uma continuidade da melhora das relações do que como um retorno a tempos turbulentos.

Como primeiro-ministro, Cameron convocou o referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia em 2016, embora tenha feito campanha para que o país permanecesse no bloco. Ele renunciou ao cargo horas depois que os britânicos votaram para deixar a UE, saindo do Parlamento alguns meses depois.

'Bem-vindo de volta, David Cameron', disse o primeiro-ministro holandês Mark Rutte em uma publicação no X, logo após Cameron ter sido nomeado ministro das Relações Exteriores em uma reformulação do gabinete pelo premiê Rishi Sunak.

Os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha, Holanda e Irlanda enviaram cumprimentos online e o principal diplomata da Suécia disse que estava ansioso para trabalhar com Cameron, um conservador moderado que foi primeiro-ministro do Reino Unido de 2010 a 2016.

Um diplomata da UE disse que a nomeação é um sinal de uma normalização contínua das relações UE-Reino Unido desde que o país deixou a UE em 2020, sendo o primeiro ministro das Relações Exteriores desde então que não foi um defensor fervoroso do Brexit.

'Esperemos que isso seja uma consolidação do pragmatismo sobre a ideologia em nossas relações. Independentemente dos erros do passado, isso pode ser uma coisa boa', disse o diplomata.

Outro diplomata da UE disse que a ausência de Cameron da política por sete anos significava que ele é, em parte, uma incógnita, mas avaliava que possivelmente é pragmático.

Embora a Comissão Europeia tenha se recusado a comentar, Maros Sefcovic, seu vice-presidente que supervisiona as relações da União Europeia com o Reino Unido, enviou felicitações ao antecessor de Cameron, James Cleverly, que se tornou ministro do Interior.

O mandato de Cleverly como ministro das Relações Exteriores, sob o comando do primeiro-ministro Rishi Sunak, levou a uma reviravolta nos laços pós-Brexit entre a UE e o Reino Unido, passando de impasses teimosos e amargos para negociações pragmáticas que produziram resultados.

Neste ano, os dois lados fecharam um acordo para simplificar as remessas do Reino Unido para a Irlanda do Norte, evitando uma fronteira rígida com a vizinha Irlanda, Estado-membro da UE, assinaram um pacto de cooperação em serviços financeiros e concordaram que o Reino Unido voltará a participar do programa de pesquisa científica Horizon.

A UE e o Reino Unido também têm cooperado estreitamente com a Otan e o G7 nas sanções contra a Rússia. De fato, o foco da UE nas tensões geopolíticas e em sua transição verde significa que os laços bilaterais com o Reino Unido perderam importância na agenda.

Sefcovic creditou seu último ano de trabalho com Cleverly por 'colocar as relações entre a UE e o Reino Unido de volta nos trilhos', acrescentando que estava ansioso para continuar esse trabalho com Cameron.

Escrito por Reuters

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