Um ano após cúpula, Trump e Kim vivem impasse diplomático apesar de 'carta linda'
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Por Josh Smith
SEUL (Reuters) - Um ano depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, se encontrarem pela primeira vez, ambos parecem ligados por um laço pessoal sobre o qual parece se depositar a esperança de paz, apesar de um impasse nos esforços para convencer Kim a abdicar das armas nucleares.
Na primeira cúpula EUA-Coreia do Norte, realizada em Cingapura, Trump e Kim concordaram em trabalhar pela desnuclearização completa da península coreana, apaziguando os temores de uma guerra entre os dois países.
Mas houve pouco avanço desde então, e a tensão voltou a subir recentemente quando Pyongyang retomou testes limitados de armas e alertou para 'consequências verdadeiramente indesejadas' caso os EUA não sejam mais flexíveis.
Mas na terça-feira Trump disse ter recebido uma 'carta linda' de Kim.
'Não posso lhes mostrar a carta, obviamente, mas foi uma carta muito pessoal, muito calorosa, muito simpática', disse ele a repórteres diante da Casa Branca.
Trump, que vem tentando converter o que sente ser um relacionamento pessoal caloroso com Kim em um avanço diplomático, não deu detalhes, mas repetiu acreditar que a Coreia do Norte tem um 'potencial tremendo'.
'Acho que vai acontecer algo que será muito positivo', disse. A mídia estatal norte-coreana não mencionou nenhuma carta.
O otimismo criado pelos dois líderes em Cingapura praticamente se evaporou em fevereiro, quando uma segunda cúpula, esta no Vietnã, terminou abruptamente sem sequer a confirmação dos objetivos gerais delineados em um comunicado assinado em Cingapura.
Desde então, Pyongyang se queixou de sanções dos EUA e Kim disse que esperará até o final do ano antes de decidir se toma um 'novo rumo'.
Os dois lados disseram estar abertos a conversas, mas que o outro lado precisa mudar sua diretriz.
Washington diz que a Coreia do Norte precisa demonstrar progressos que apontem para o abandono de suas armas nucleares antes de qualquer sanção ser suspensa, e esta diz que os EUA não fizeram nada para recompensar as medidas já adotadas.
Nas semanas que antecederam o aniversário da primeira cúpula, que ocorre nesta quarta-feira, a mídia estatal norte-coreana alertou várias vezes que o comunicado firmado à época pode perder o sentido se os EUA não pararem de exigir que a Coreia do Norte desmantele unilateralmente seu arsenal nuclear.
Mesmo assim, o regime disse que 'não mudou sua postura e desejo de acolher e implantar de boa fé' o comunicado de Cingapura.
(Reportagem adicional de Aradhana Aravindan, em Cingapura, Ben Blanchard, em Pequim, e Hyunjoo Jin, em Seul)
Escrito por Reuters