Vale e Midrex avançam em testes para uso de briquetes em plantas de redução direta
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Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A mineradora Vale e a Midrex Technologies fecharam um acordo de cooperação para avançar em uma solução técnica para o uso de briquetes de minério de ferro em plantas de redução direta, informou a mineradora nesta quarta-feira, em comunicado enviado à Reuters.
A expectativa das empresas é avaliar ainda a criação de uma joint venture para fornecer com exclusividade a tecnologia e instalações de briquetes ao mercado, depois que a tecnologia for demonstrada com sucesso em plantas da Midrex -- uma das principais fornecedoras mundiais de tecnologia de redução direta.
O acordo, assinado por executivos das companhias no Centro de Desenvolvimento de Pesquisa e Tecnologia da Midrex, nos Estados Unidos, amplia uma cooperação técnica entre as partes e o trabalho de testes iniciais desenvolvido no último ano, que 'mostraram resultados promissores'.
'Este acordo é o reconhecimento de um dos principais fornecedores mundiais de tecnologia de redução direta de que o briquete tem um forte potencial para descarbonizar a indústria siderúrgica global', disse em nota o presidente-executivo da Vale, Eduardo Bartolomeo.
'É o início de uma parceria que desempenhará um papel crucial na expansão da tecnologia de briquete para vários mercados.'
A tecnologia de briquetagem foi desenvolvida pela Vale em meio a várias iniciativas para diversificar seu portfólio e atender uma demanda global crescente por soluções para a transição energética.
A ideia é substituir sinter, pelota e granulado em altos-fornos e pelota em fornos de redução direta, com um produto que permite uma redução de emissões na siderurgia.
Os briquetes para uso em altos-fornos já foram amplamente testados e, em dezembro passado, a Vale inaugurou sua primeira planta de produção do produto com esse fim em Vitória, no Espírito Santo.
Agora, a Vale está desenvolvendo a versão do briquete para a rota de redução direta, tipo que deverá ser utilizado nos 'Mega Hubs', complexos industriais voltados para a fabricação de produtos siderúrgicos de baixo carbono que a companhia estuda implantar no Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Omã), no Brasil e nos EUA.
A tecnologia de redução direta já tem uma pegada de CO2 menor em comparação com outros processos de produção de ferro, pois usa gás natural como agente de redução em vez de coque, um insumo obtido do carvão mineral. O uso de hidrogênio verde em vez de gás natural permite a produção de aço verde com emissões quase nulas de gases de efeito estufa (GEE), acrescentou a Vale.
Atualmente, a maioria das plantas de redução direta utiliza pelotas de minério de ferro como matéria-prima, destacou a Vale. O processo de produção de briquetes da Vale representa uma alternativa ao processo de pelotização com menores custos de produção, menor intensidade de investimento e emissão de CO2 aproximadamente 80% menor, segundo a empresa.
Por meio da tecnologia de redução direta, é produzido o ferro de redução direta (DRI). O DRI é uma matéria-prima essencial para a produção de aço de alta qualidade com menos impurezas em fornos elétricos a arco (EAFs) e também pode ser usado em altos-fornos para complementar e substituir o minério de ferro, diminuindo a necessidade de coque e, portanto, reduzindo as emissões de carbono.
(Por Marta Nogueira)
Escrito por Reuters
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