Venenos ajudam no tratamento da tuberculose
Substâncias encontradas em venenos de escorpião e vespa tem ação antimicrobiana
Publicada em
Venenos de vespas e escorpião podem ser uma nova alternativa para o tratamento de tuberculose. O estudo desenvolvido pelo Instituto de Patologia e Medicina Tropical da Universidade Federal de Goiás (UFG) identificou a existência de substâncias capazes de romper a resistência de bactérias.
De acordo com a pesquisa, o veneno dos artrópodes possui pedaços de proteínas, denominados peptídeos. Além de ter uma ação antimicrobiana, esse elemento protege os próprios insetos de qualquer tipo de contaminação.
Isso acontece porque, os peptídeos se prendem na parede das bactérias, evitando a troca de nutrientes com o meio externo. Dessa forma, os micróbios não conseguem sobreviver.
A pesquisa da UFG se baseia na modificação dessa proteína e a aplicação em testes com camundongos. O resultado do efeito dos peptídeos contra a tuberculose foi satisfatório.
O estudo está sendo financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq).
Além da tuberculose, o veneno de escorpiões e vespas também é eficaz no tratamento de pessoas infectadas com superbactérias, geralmente contaminadas em unidades de terapia intensiva de hospitais.
No entanto, a descoberta não deve chegar tão rápido ao mercado farmacêutico. Para isso, são precisos mais estudos entre a universidade e empresas farmacêuticas, além de testes clínicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
No Brasil, mais de 4 mil mortes em decorrência da tuberculose são registradas por ano. De acordo com o Ministério da Saúde, pelo menos 70 mil novos casos são notificados no período de 12 meses.
A doença infecciosa é transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, através de fala, tosse ou espirro de pessoas contaminadas.
SALA DE BATE PAPO