Venezuela prende aliados da líder da oposição María Corina Machado
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Por Vivian Sequera e Mayela Armas
CARACAS (Reuters) - O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, afirmou nesta quarta-feira que duas pessoas próximas da candidata da oposição María Corina Machado tinham sido detidas, o que levou Machado a classificar de 'completamente falsas' as acusações feitas à sua equipe.
As prisões devem complicar um cenário já confuso antes da eleição presidencial marcada para julho. Machado venceu a disputa pela indicação da oposição em outubro por larga margem, mas foi proibida de registrar sua candidatura.
Machado aparece nas pesquisas muito à frente do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que tenta ser reeleito para mais um mandato de seis anos.
Sete outros membros da equipe de Machado, incluindo seu braço direito Magalli Meda, também têm mandados de detenção.
O governo dos Estados Unidos disse que essa medida é um ataque à sociedade civil e inconsistente com um acordo de garantias eleitorais firmado no ano passado que levou os EUA a relaxarem algumas sanções.
“Condenamos as prisões arbitrárias e mandados expedidos para membros da oposição democrática da Venezuela”, disse o secretário assistente para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Brian Nichols, nas redes sociais. “Pedimos a libertação imediata desses indivíduos e de todos que foram detidos injustamente.”
Machado disse a jornalistas em Caracas que as prisões não a enfraqueceriam.
'Se o regime acredita que, com estas ações, vai me isolar, que vai me enfraquecer, que fique bem claro - a nossa equipe é a Venezuela', disse.
O governo norte-americano já alertou que deixará a flexibilização das sanções sobre o petróleo expirar em abril se o governo Maduro não permitir eleições livres e justas.
Henry Alviarez, coordenador nacional do partido Vente Venezuela, de Machado, e Dignora Hernández, a secretária política do partido, foram detidos por suposto envolvimento em conspirações planejadas e violência urbana, disse Saab, na televisão estatal.
“O Ministério Público solicitou nove prisões, duas foram realizadas”, afirmou Saab.
Um mandado de prisão havia sido emitido para Alviarez em dezembro, mas foi revogado pouco depois de uma troca de prisioneiros entre EUA e Venezuela, na qual figuras da oposição e norte-americanos detidos foram libertados.
Quatro outros integrantes da campanha de Machado foram presos nos últimos três meses por acusações de conspiração, entre outros supostos crimes.
Sem sinal de que sua proibição será revogada antes da eleição de 28 de julho, partidos da oposição estão pressionando Machado a indicar um substituto que possa ser registrado até o prazo de 25 de março. Meda era uma das pessoas ventiladas como uma possível alternativa.
Várias pesquisas de opinião colocam Machado, de 56 anos, com pelo menos 50% dos votos, enquanto Maduro, um ex-motorista de ônibus de 61 anos, aparece com aproximadamente 20%.
Escrito por Reuters
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