Venezuelanos colocam fogo em barricadas em resposta à falta de luz e de água
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Por Deisy Buitrago
CARACAS (Reuters) - Manifestantes venezuelanos atearam fogo a barricadas perto palácio presidencial em Caracas e em outras partes do país, no domingo, em protesto às recorrentes quedas de energia e à escassez de água potável após dois grandes blecaute em março.
A situação alimentou a frustração com o governo do presidente Nicolás Maduro, uma vez que o funcionamento das escolas e de boa parte do comércio venezuelano foi interrompido por problemas com os serviços públicos durante cerca de três semanas.
Manifestantes, alguns carregando pedras e com rostos cobertos, queimaram pneus e troncos de árvores ao longo do centro de Caracas enquanto demandavam que Maduro restabelecesse a situação.
'Estamos lutando por água e energia, passamos vinte e poucos dias sem água', disse o vendedor informal Yofre Gamez, de 32 anos. 'Eles ligaram a luz por duas horas, então desligaram durante a noite, voltou no dia seguinte por volta de meia hora e foi embora de novo -- estamos cansados disso.'
Uma testemunha da Reuters ouviu tiros enquanto Gamez falava.
Os manifestantes relataram que uma mulher havia sido ferida por armas de fogo, o que eles atribuíram a grupos pró-governo. A Reuters não pôde confirmar quem realizou os disparos.
Protestos semelhantes ocorreram em outras partes do país, incluindo no Estado central de Carabobo, onde manifestantes queimaram pneus e bloquearam estradas, segundo testemunhas.
O grupo de direitos humanos Fórum Penal afirmou que 12 pessoas foram presas ao redor da Venezuela em protestos contra os serviços públicos.
Em uma transmissão televisionada na noite de domingo, Maduro anunciou um plano de 30 dias de 'regime de gerenciamento de carga para equilibrar o processo de geração e transmissão com o consumo', uma frase amplamente interpretada nas mídias sociais como racionamento de energia.
Ele não deu mais detalhes sobre como a medida funcionaria. Maduro mencionou o gerenciamento de energia pela primeira vez na semana passada.
O ministro de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, disse em um comunicado no domingo que a atividade escolar, que foram canceladas na semana passada, se manteriam suspensas. De acordo com ele, o horário comercial funcionaria até 13h (no horário de Brasília).
Escrito por Thomson Reuters
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