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Vice-presidente da Colômbia pede na ONU que antigas potências coloniais confrontem o passado

Placeholder - loading - Vice-presidente da Colômbia Francia Márquez 20/10/2024 REUTERS/Juan David Duque
Vice-presidente da Colômbia Francia Márquez 20/10/2024 REUTERS/Juan David Duque
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Por Catarina Demony

(Reuters) - A vice-presidente da Colômbia, Francia Marquez, defensora das reparações pela escravidão, pediu que as antigas potências coloniais assumam a responsabilidade pelos erros cometidos no passado e solicitou um fundo global de reparações em um fórum das Nações Unidas nesta segunda-feira.

Em discurso de abertura da quarta sessão do Fórum Permanente sobre Povos de Ascendência Africana (PFPAD) em Nova York, Marquez disse que o fundo seria usado para ajudar a erradicar os legados da escravidão e do colonialismo, sem fornecer mais detalhes.

'Os Estados coloniais, os Estados que fomentaram... essa forma de dominação baseada na definição de raça têm que assumir a responsabilidade de restaurar a dignidade humana dos afrodescendentes', havia dito Marquez anteriormente à Reuters em uma entrevista.

Embora a questão das reparações tenha ganhado força em todo o mundo, da África ao Caribe, o mesmo ocorreu com a reação. Muitos dos líderes europeus se opuseram até mesmo a falar sobre o tema.

Célebre ativista ambiental, Marquez foi eleita em 2022 e é a primeira mulher negra vice-presidente da Colômbia.

Pelo menos 12,5 milhões de africanos foram sequestrados, transportados à força por navios europeus e vendidos como escravos entre os séculos 15 e 19. Centenas de milhares foram enviados para a Colômbia.

Marquez disse que muitos afro-colombianos ainda não têm direitos básicos, como acesso à saúde, moradia e educação superior, realidade que ela vê como um legado daquele período: 'Continuamos a sofrer os danos e as consequências desse sistema.'

Aqueles que se opõem às reparações argumentam, entre outras coisas, que os Estados e as instituições contemporâneas não devem ser responsabilizados por seu passado.

Mas os defensores dizem que é necessário agir para lidar com a herança deixada, como o racismo sistêmico e estrutural, e afirmam que os Estados contemporâneos ainda se beneficiam da riqueza gerada por centenas de anos de exploração.

No fórum, participantes vão discutir pedidos de reparação na era digital. O fórum diz que as desigualdades sistêmicas correm o risco de serem replicadas em tecnologias emergentes, como a inteligência artificial (IA).

O secretário-geral da ONU, António Guterres, em comentários de seu chefe de gabinete Courtenay Rattray, reiterou seu pedido de reparações e disse que era necessário 'eliminar o preconceito' da IA.

'Até mesmo a IA, que é tão promissora para a humanidade, muitas vezes reflete e amplifica as mesmas desigualdades e preconceitos raciais que nos atormentam há séculos', disse Guterres.

Marquez disse que, embora a ONU tenha tomado medidas importantes na luta por reparações, é preciso fazer mais: 'Não é suficiente para enfrentar os desafios do racismo sistêmico que a população ainda enfrenta.'

A ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, estava entre outros políticos no fórum de quatro dias da ONU. Franco disse que a escravidão é um crime contra a humanidade e 'deve ser enfrentada com coragem'.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, também conclamou os Estados -- mas também empresas, universidades e grupos religiosos -- a 'reconhecerem o que fizeram para perpetuar e lucrar com a escravidão e o colonialismo'.

'O dano causado deve ser reparado', disse Turk.

(Reportagem de Catarina Demony em Londres; Reportagem adicional de Michelle Nichols em Nova York)

Escrito por Reuters

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ELISABETE FRANÇA REVELA OS PRÓXIMOS PASSOS DO FUTURO URBANO DE SÃO PAULO

Neste fim de semana, São Paulo dá um importante passo na construção de seu futuro urbano com a realização da 8ª Conferência Municipal da Cidade. A iniciativa, que segue diretrizes do Governo Federal, busca reunir propostas da população paulistana para compor a pauta da Conferência Estadual — e, futuramente, da Nacional. Em entrevista exclusiva à Rádio Antena 1, a secretária municipal de Urbanismo e Licenciamento, Elisabete França, compartilhou detalhes do processo participativo que vem sendo desenvolvido desde o início do ano e também falou sobre o futuro do Jockey Club, um dos pontos mais emblemáticos e disputados da cidade.

Segundo a secretária, a etapa municipal é fruto de um processo democrático e descentralizado, com 15 encontros regionais realizados aos sábados, nos quais foram reunidas mais de 600 propostas populares.

“Achei os encontros regionais riquíssimos, muito bacanas. Fiquei muito feliz, participei de quase todos”, afirmou.

As demandas mais recorrentes? Meio ambiente, habitação, mobilidade e participação popular?

“A população clama por mais áreas verdes, melhor preservação das árvores, mais parques e qualidade do ar. Nesse ponto, neste ano especial da COP30, foi muito importante”, disse a secretária.

Habitação, especialmente para famílias de baixa renda, liderou o volume de propostas. E, na mobilidade, destaque para segurança no transporte público e iluminação nas vias, com foco especial na segurança das mulheres.

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