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Volkswagen avalia fechar fábricas históricas na Alemanha para cortar custos

Placeholder - loading - Fábrica da Volkswagen na Alemanha  23/05/2024 REUTERS/Fabian Bimmer
Fábrica da Volkswagen na Alemanha 23/05/2024 REUTERS/Fabian Bimmer

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Por Victoria Waldersee e Christina Amann

BERLIM (Reuters) - A Volkswagen está considerando fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez, em um movimento que mostra a crescente pressão de rivais asiáticos sobre a maior montadora de veículos da Europa.

O plano divulgado nesta segunda-feira marca o primeiro grande confronto entre o presidente-executivo da Volkswagen, Oliver Blume, que os analistas descrevem como um construtor de consensos mais do que seu antecessor Herbert Diess, e os sindicatos que exercem grande influência sobre o grupo alemão.

A VW considera obsoleta uma grande fábrica de veículos e uma fábrica de componentes na Alemanha, disse o conselho de trabalhadores, que prometeu 'resistência feroz' aos planos da diretoria executiva da companhia.

O diretor financeiro, Arno Antlitz, falará aos funcionários ao lado do chefe da marca Volkswagen, Thomas Schaefer, em uma reunião do conselho de trabalhadores na manhã de quarta-feira.

Daniela Cavallo, chefe do conselho de trabalhadores da Volkswagen, membro do poderoso sindicato IG Metall, disse que espera que Blume também se envolva nas negociações, acrescentando que a reunião de quarta-feira será 'muito desconfortável' para a administração do grupo.

O IG Metall frustrou tentativas anteriores de mudanças mais profundas na companhia, mais recentemente em 2022, quando Diess deixou o cargo de presidente-executivo.

No passado, os analistas apontaram as unidades da VW em Osnabrueck, na Baixa Saxônia, e em Dresden, na Saxônia, como alvos potenciais para fechamento. O Estado da Baixa Saxônia é o segundo maior acionista da Volkswagen e, nesta segunda-feira, apoiou os planos de revisão de ativos da companhia.

A Volkswagen, que emprega cerca de 680 mil funcionários, disse que também se sentiu forçada a encerrar seu programa de segurança do emprego, que está em vigor desde 1994 e impede cortes de pessoal até 2029, acrescentando que todas as medidas serão discutidas com seu conselho de trabalhadores.

O IG Metall afirma que a segurança no emprego abrange as fábricas da Volkswagen em Wolfsburg, Hanover, Braunschweig, Salzgitter, Kassel e Emden.

'A situação é extremamente tensa e não pode ser superada por simples medidas de corte de custos', disse Schaefer em um comunicado.

A VW, que é responsável pela maior parte das vendas unitárias da Volkswagen, é a primeira de suas marcas a passar por um processo de corte de custos com o objetivo de economizar 10 bilhões de euros até 2026, enquanto tenta racionalizar os gastos para sobreviver à transição para os carros elétricos.

'CHAMADA PARA DESPERTAR'

Um ambiente econômico difícil, novos rivais na Europa e a queda da competitividade da economia alemã significam que a Volkswagen precisa fazer mais, disse Blume à sua diretoria.

A Volkswagen, cujas ações fecharam em alta de 1,2% após a notícia, perdeu quase um terço de seu valor nos últimos cinco anos, o que a torna a empresa de pior desempenho entre as principais montadoras europeias de veículos.

A companhia enfrenta desafios na Europa, nos Estados Unidos e, especialmente, na China, onde montadoras locais, lideradas pela BYD, estão avançando sobre sua participação de mercado.

Carsten Brzeski, chefe global de macro do ING Research, disse que o anúncio desta segunda-feira destaca as consequências de anos de estagnação econômica e mudanças estruturais sem crescimento.

'Se um peso-pesado industrial como esse tiver que fechar fábricas, pode ser o sinal de alerta, há muito esperado, de que as medidas de política econômica (da Alemanha) precisam ser consideravelmente intensificadas.'

O IG Metall disse que a decisão 'abala os alicerces' da Volkswagen, que é o maior empregador industrial da Alemanha e a maior montadora da Europa em termos de receita.

Cavallo disse em uma entrevista na intranet da Volkswagen que a administração da empresa havia tomado 'muitas decisões erradas' nos últimos anos, inclusive não investindo em híbridos ou sendo mais rápida no desenvolvimento de carros elétricos a preços acessíveis.

Em vez de fechar fábricas, a diretoria deveria estar reduzindo a complexidade e aproveitando as sinergias entre os planos do grupo Volkswagen, disse Cavallo.

Escrito por Reuters

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