Waltz não enviou material confidencial, diz Casa Branca após denúncia de uso do Gmail
Publicada em
WASHINGTON (Reuters) - O conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nunca usou sua conta de email pessoal para enviar material confidencial, disse a Casa Branca, após uma reportagem que afirmava que Mike Waltz e outros membros do Conselho de Segurança Nacional usavam o Gmail para o trabalho do governo.
O Washington Post noticiou na terça-feira que Waltz e outros membros do Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês) usaram o serviço de email comercial de propriedade da Alphabet para conduzir negócios do governo, uma semana depois que as práticas de segurança do governo Trump foram alvo de críticas bipartidárias após o uso do aplicativo de mensagens Signal para coordenar a ação militar no Iêmen.
Um assessor de Waltz usou o Gmail para compartilhar informações que envolviam posições militares confidenciais e poderosos sistemas de armas ligados a um conflito em andamento não especificado, informou o Post, citando documentos que analisou e entrevistas com três autoridades dos EUA.
Waltz tinha informações menos sensíveis, mas ainda assim exploráveis, enviadas para seu email pessoal, incluindo sua agenda e outros documentos de trabalho, disse o Post.
O porta-voz do NSC, Brian Hughes, questionado sobre a reportagem, disse: 'O conselheiro de Segurança Nacional Waltz recebeu emails e convites de calendário de contatos antigos em seu email pessoal'.
'Ele nunca enviou material confidencial por meio de sua conta de email pessoal ou qualquer plataforma não segura', disse Hughes à Reuters em um comunicado na terça-feira.
Hughes não deu detalhes sobre o conteúdo dos emails que Waltz recebeu. Mas ele disse que Waltz havia copiado em contas de email do governo os itens recebidos depois que Trump assumiu o cargo em 20 de janeiro para cumprir as leis de registros federais.
Hughes disse que todos os funcionários do NSC foram informados de que 'material confidencial só deve ser enviado por meio de canais seguros' e que 'qualquer correspondência não governamental deve ser capturada e retida para conformidade com os registros'.
Waltz, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, e outros enfrentaram fortes críticas após a revelação, no mês passado, de que usaram o Signal -- um aplicativo de mensagens comerciais criptografadas -- para coordenar e compartilhar detalhes altamente confidenciais sobre uma operação militar planejada contra os houthis no Iêmen, em vez de usar canais de comunicação seguros do governo.
Os críticos disseram que a medida foi uma violação da segurança nacional dos EUA que colocou as operações e os membros do serviço em risco, entre outras possíveis ramificações, e poderia violar a lei.
As discussões dos integrantes do governo foram compartilhadas quando o editor-chefe da revista The Atlantic foi adicionado inadvertidamente ao chat do Signal.
(Reportagem de Steve Holland e Susan Heavey)
Escrito por Reuters