Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1
Ícone seta para a esquerda Veja todas as Notícias.

WIDER IMAGE-As dolorosas perdas dos agricultores no Rio Grande do Sul

Placeholder - loading - Avô abraça netas em armazém de Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul 10/05/2024   REUTERS/Amanda Perobelli
Avô abraça netas em armazém de Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul 10/05/2024 REUTERS/Amanda Perobelli
Ver comentários

Publicada em  

Por Amanda Perobelli e Lisandra Paraguassu

ELDORADO DO SUL (Reuters) - Foram três dias de chuvas fortes até Edite de Almeida e João Engelmann decidirem que não tinham escolha a não ser sair de casa, soltando seu pequeno rebanho leiteiro em terras mais elevadas.

A água no assentamento Integração Gaúcha, em Eldorado do Sul, a 70 quilômetros de Porto Alegre, já chegava a 1,5 metro de altura. No dia seguinte, alcançou o telhado das casas.

A enchente sem precedentes que devastou o Rio Grande do Sul, matando ao menos 169 pessoas e deixando milhares de desabrigados, destruiu a comunidade de pequenos produtores que fez sua vida há mais de 30 anos entre as margens do rio Jacuí e o lago Guaíba.

Das 60 galinhas poedeiras do casal, apenas oito sobreviveram. As vacas sobreviveram, mas não têm onde pastar na paisagem inundada.

'Se eu for avaliar tudo que eu perdi dentro de casa a perda é grande. Mas eu não perdi, eu estou viva, toda a família está viva', disse Edite à Reuters na manhã de um domingo frio no galpão onde ela, a família e vizinhos do assentamento buscaram abrigado.

'Eu não lamento muito não, eu agradeço, porque teve muitas perdas muito piores do que a minha. Eu agradeço por estar bem, por estar conseguindo sobreviver, e lamento pelas pessoas que perderam família', afirmou.

Durante as enchentes, Engelmann fez viagens diárias a pé, de trator e de barco para levar ao rebanho todo alimento que encontrava. Ele voltava encharcado todas as noites depois de percorrer as fazendas com amigos, ajudando a retirar o gado morto e cuidando dos sobreviventes.

Um vizinho encontrou um porco morto em seu quarto. Por toda parte, campos de arroz e outras plantações foram destruídos.

Depois de 10 dias, quando a água começou a baixar, Edite foi pela primeira vez ver a situação da casa que construiu e montou com muito sacrifício há 18 anos. Era hora de começar a limpar e reconstruir, e a família sabe o que significa isso.

A história do casal começa na década de 1980, em um acampamento em Cruz Alta, no centro do Rio Grande do Sul, onde nasceu o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no Brasil.

Na espera por um lote de terra, os dois casaram e tiveram filhos, até chegar ao assentamento em Eldorado, organizado pelo governo do Estado -- o terceiro assentamento da história do movimento no país -- junto com 30 outras famílias.

Ali são produzidos boa parte do arroz orgânico do MST, que ficou famoso no país, além de hortaliças, leite, ovos e suínos, em um patamar que permitiu às famílias um padrão de vida estável, com casas equipadas e filhos na universidade.

As inundações, no entanto, vão fazer com que tenham de começar tudo de novo.

'Eu já passei por isso quando a gente era acampado. A dificuldade de cozinhar, de dormir. Eu já aprendi a viver isso daí, mas não pensava que fosse voltar a fazer de novo', disse Edite.

Dados levantados pelo MST apontam que 170 famílias perderam toda a produção de frutas e hortaliças, com valor estimado em torno de 35 milhões de reais. Na produção de leite, a conta chega a 3 milhões de reais com perdas de animais, galpões, maquinário e leite não entregue.

Inácio Hoffmann, de 60 anos, um dos vizinhos mais próximos do casal, não teve a mesma sorte. Dos seus 22 animais, 13 morreram. Nos primeiros dias não conseguia falar do acontecido sem chorar.

'Falar é muito difícil, é muito recente. Eu tenho 60 anos, sou aposentado há quatro meses... faz um tempo que estava pensando em mudar. Talvez seja a hora', disse.

O cansaço está no rosto de todos. A limpeza das casas, o recolher dos animais mortos, contar os prejuízos das hortas e campos de arroz alagados e destruídos, as noites insones pelo frio e pela preocupação marcam o dia dos assentados.

Voltar, ninguém ainda conseguiu. Alguns, como Hoffmann, pensam em desistir. Outros, como Edite, estão determinados a prosseguir.

'Aos pouquinhos a gente vai voltando. Chegamos do nada. Voltamos para o nada e vamos começar de novo', disse.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Amanda Perobelli)

Escrito por Reuters

Últimas Notícias

Placeholder - loading - Imagem da notícia EXCLUSIVO: 'THE DRIVER ERA' REVELA À ANTENA 1 OS BASTIDORES DE "OBSESSION"

EXCLUSIVO: 'THE DRIVER ERA' REVELA À ANTENA 1 OS BASTIDORES DE "OBSESSION"

Em entrevista exclusiva concedida à repórter Catharina Morais, da Rádio Antena 1, no dia 2 de maio, momentos antes da passagem de som no Tokio Marine Hall, os irmãos Ross Lynch e Rocky Lynch, da banda The Driver Era, abriram o coração sobre a criação de seu mais novo álbum, Obsession, e refletiram sobre os desafios de ser artista na era digital. A conversa aconteceu em São Paulo, poucas horas antes do último show da turnê no Brasil.

“Cada álbum tem uma sensação diferente, com certeza”, disse Ross ao ser perguntado sobre a experiência de lançar o disco enquanto estão na estrada. “A Summer Mixtape teve uma vibe mais solta, como uma brisa do mundo”.

The Driver Era: quem são Ross e Rocky Lynch?

Formada em 2018, The Driver Era é uma dupla norte-americana de pop alternativo e rock contemporâneo, criada pelos irmãos Ross e Rocky Lynch. Ross ganhou notoriedade na série da Disney Austin & Ally e no filme Teen Beach Movie, além de integrar a antiga banda R5. Desde então, a dupla tem buscado firmar uma identidade sonora própria, apostando na mistura de gêneros e em uma produção 100% autoral.

“Produzir é uma das coisas que mais amamos fazer”, contou Ross. “A gente mesmo produziu tudo. Fizemos praticamente todos os drivers nos nossos álbuns”.

Criação do álbum Obsession: entre o estúdio e a estrada

Obsession, lançado em abril de 2025, é o quarto álbum de estúdio da banda. Com sonoridade intensa e letras autobiográficas, ele representa um momento de amadurecimento artístico. Gravado entre Londres, Califórnia e o estúdio caseiro da dupla, o projeto nasceu em meio à correria da turnê, mas com leveza.

“Obsession surgiu de forma bem orgânica, com histórias reais, inspiradas nas nossas vivências”, explicou Ross.


“Criar música é como a gente se alimenta”, completou Rocky.

Pressão das redes sociais e autenticidade artística

A entrevista também tocou em um tema delicado: o impacto das redes sociais na carreira dos artistas.

“Hoje em dia, todo mundo — e as mães deles também — está postando, postando, postando…”, brincou Rocky.

“Você quer crescer, quer melhorar, e agora isso virou uma métrica tangível. Mas o que eu gosto mesmo é de fazer música”, reforçou Ross.

Influências musicais: de Peter Gabriel a Michael Jackson

Entre os ídolos citados pelos irmãos estão INXS, Peter Gabriel e Michael Jackson. Apesar da admiração por esses grandes nomes, Ross e Rocky explicam que seu processo criativo evita imitações.

“É como se eu não pudesse repetir algo que alguém já fez. Mesmo sendo fã, me desanima se sinto que estou copiando demais”, desabafou Rocky.

As novas obsessões da The Driver Era

Encerrando a entrevista, os irmãos revelaram suas “obsessões” do momento:

“Tentar me tornar uma pessoa melhor”, disse Rocky sobre a faixa Better.


“Entender por que os seres humanos fazem o que fazem”, compartilhou Ross. “E também… eu gosto de fazer as pessoas felizes”.

Show no Tokio Marine Hall: uma noite de energia, conexão e um pouco de nostalgia

O público paulistano recebeu de braços abertos a banda na Obsession Tour 2025, que passou também pelo Rio de Janeiro. Em São Paulo, a apresentação foi marcada por performances intensas e uma troca genuína com os fãs. Com casa cheia, o Tokio Marine Hall foi tomado por fãs vestindo chapéus de cowboy, uma referência divertida à estética do vocalista Ross.

O setlist trouxe músicas novas e antigas, além de uma surpresa nostálgica com "On My Own", do filme Teen Beach Movie, arrancando lágrimas e gritos do público.

Outros destaques do show incluíram Touch, que abriu a noite, The Weekend, que transformou a casa em pista de dança, e A Kiss, que encerrou o espetáculo com energia lá no alto.

Show inesquecível e fãs encantados

A passagem da The Driver Era pelo Brasil reforçou o vínculo da banda com o público brasileiro. Após duas noites memoráveis no país, fica claro que Ross e Rocky Lynch têm um espaço garantido no coração dos fãs.

LINK

1 D
  1. Home
  2. noticias
  3. wider image as dolorosas …

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.