Yara busca aprovação do Cade para venda de ativos de fertilizantes NPK
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SÃO PAULO (Reuters) - A Yara está buscando a autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para vender ativos e direitos relacionados à produção e venda de fertilizantes NPK líquidos para uma empresa brasileira, um movimento para se manter competitiva em um mercado-chave para a empresa sediada em Oslo.
A Yara e a FassAgro, que quer comprar os ativos, não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre os detalhes da transação proposta, que foi reportada pela primeira vez pelo jornal Valor Econômico na quinta-feira e notificada ao órgão antitruste no final de junho.
O movimento reflete o reposicionamento estratégico da Yara no Brasil, seu principal mercado fora da Europa, de acordo com analistas.
Atrapalhada pelas sanções ocidentais contra grandes fornecedores de fertilizantes, como Rússia e Belarus, a Yara vem perdendo participação de mercado no país e planeja se concentrar na venda e produção de produtos de maior valor agregado, disse Marcelo Mello, analista da StoneX.
O Brasil depende muito da importação de fertilizantes para mistura interna e para nutrir culturas como soja, milho e cana-de-açúcar.
De acordo com dados de importação e produção compilados pela StoneX, a participação de mercado da Yara caiu de 18% em 2021 para 11% no ano passado, uma tendência que deve continuar.
A Mosaic, maior empresa local, detinha 17% do mercado brasileiro em 2023, enquanto a Yara foi superada pelo braço local do grupo Eurochem, sediado na Suíça, que tem origem russa e agora detém 12% de participação, mostraram os dados da StoneX.
Com relação ao acordo proposto com a FassAgro, a Yara e o comprador disseram ao Cade que ambas as empresas operam na produção e comercialização de fertilizantes NPK distribuídos na forma líquida.
No entanto, como nenhuma das duas empresas tem uma grande participação nesse segmento do mercado, o negócio não ensejaria nenhuma preocupação concorrencial, disseram as partes, de acordo com documentos públicos.
(Reportagem de Ana Mano)
Escrito por Reuters
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