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Zelenskiy busca fim diplomático para a guerra e propõe um papel para tropas estrangeiras

Placeholder - loading - Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, em Paris 07/12/2024 REUTERS/Sarah Meyssonnier
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, em Paris 07/12/2024 REUTERS/Sarah Meyssonnier

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Por Yuliia Dysa e Tom Balmforth

KIEV (Reuters) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, defendeu nesta segunda-feira um acordo diplomático para por fim à guerra com a Rússia e levantou a ideia de tropas estrangeiras serem posicionadas em seu país até que ele possa se juntar à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

As declarações feitas em uma coletiva de imprensa conjunta com o líder da oposição alemã Friedrich Merz foram as últimas a sinalizar a crescente abertura de Kiev para negociações, em um momento em que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, se prepara para retornar à Casa Branca em 20 de janeiro.

Trump, que disse que quer acabar com a guerra rapidamente, pediu no domingo um cessar-fogo imediato e negociações para acabar com a 'loucura', depois de se encontrar com Zelenskiy e o presidente da França, Emmanuel Macron, para conversas em Paris.

'A Ucrânia quer que essa guerra termine mais do que qualquer um. Sem dúvida, uma resolução diplomática salvaria mais vidas. Nós buscamos isso', disse Zelenskiy a repórteres em Kiev nesta segunda-feira.

Ele disse que discutiu um 'congelamento' das linhas na guerra quando se encontrou com Macron e Trump. A Rússia controla quase um quinto do território ucraniano depois de lançar a invasão de 2022 que desencadeou o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Zelenskiy disse que afirmou aos dois líderes que não acredita que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, realmente queira acabar com a guerra e que o presidente russo precisaria ser forçado a fazer isso.

'Você só pode exercer força se a Ucrânia for forte. Uma Ucrânia forte antes de qualquer diplomacia significa uma (Ucrânia) forte no campo de batalha', disse ele, dando a entender que Kiev precisava de ajuda para se fortalecer.

Ele recebeu um impulso retórico de Merz, o líder na corrida eleitoral para se tornar o próximo chanceler da Alemanha, que usou sua visita para comparar a política atual de Berlim a fazer a Ucrânia lutar com um braço amarrado atrás das costas.

TROPAS ESTRANGEIRAS

Zelenskiy também retornou a uma ideia levantada em fevereiro por Macron, que aventou a possibilidade de as nações europeias enviarem tropas para a Ucrânia. Não houve consenso sobre o assunto entre os líderes europeus.

'Podemos pensar e trabalhar na posição de Emmanuel. Ele sugeriu que uma parte das tropas de um país esteja presente no território da Ucrânia, o que nos garantiria a segurança enquanto a Ucrânia não estiver na Otan', disse Zelenskiy.

'Mas precisamos ter um entendimento claro de quando a Ucrânia estará na UE e quando estará na Otan', acrescentou.

Kiev, que fez um esforço conjunto para obter um convite para ingressar na Otan, insistiu durante toda a guerra que precisa de garantias de segurança para evitar que a Rússia lance outra invasão quando as hostilidades atuais forem interrompidas.

'Se houver uma pausa enquanto a Ucrânia não estiver na Otan, e mesmo que tivéssemos o convite, e não estivéssemos na Otan, e houvesse uma pausa, quem nos garantiria algum tipo de segurança?', perguntou Zelenskiy na coletiva de imprensa.

A Rússia exige que a Ucrânia abandone suas ambições de ingressar na Otan e vê a participação de Kiev na aliança como uma ameaça inaceitável à sua segurança.

O líder ucraniano disse aos repórteres que espera telefonar para o atual presidente dos EUA, Joe Biden, nos próximos dias para discutir a adesão à Otan.

'Pretendo ligar para o presidente Biden nos próximos dias... e levantar a questão de um convite para ingressar na Otan', disse ele.

'Ele é o atual presidente e muita coisa depende de sua opinião. E não faz sentido discutir com o presidente Trump algo que não cabe a ele hoje -- enquanto ele ainda não está na Casa Branca.'

(Reportagem de Andreas Rinke, em Kiev, e Yuliia Dysa, em Gdansk)

Escrito por Reuters

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