Zelenskiy pede que Ocidente mantenha pressão sobre a Rússia
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(Reuters) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, pediu nesta terça-feira que o Ocidente intensifique as sanções para pressionar o líder do Kremlin, Vladimir Putin, e amplie seu apoio a Kiev para assegurar que Moscou não tenha sucesso na guerra.
A hesitação do Ocidente sobre o apoio a Kiev e temores de uma escalada da guerra com a Rússia estão custando tempo e vidas e podem prolongar o conflito por anos, disse Zelenskiy ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, em um discurso emotivo.
Com o firme apoio do Ocidente a Kiev de outrora agora vacilando entre disputas políticas em Washington e Bruxelas, Zelenskiy disse que os europeus precisam entender que os planos de Putin vão além da guerra na Ucrânia.
'Putin, na verdade, personifica a guerra… Ele não mudará… Nós precisamos mudar. Todos nós precisamos mudar para que a loucura que mora na cabeça desse homem ou na cabeça de qualquer outro agressor não prevaleça', disse Zelenskiy.
Quase dois anos após o início da invasão russa em grande escala, Zelenskiy disse que é veementemente contra congelar o conflito nos moldes atuais.
'Putin é um predador que não fica satisfeito com produtos congelados', disse.
Ele afirmou que as sanções contra Moscou precisam ser aplicadas adequadamente e que a falta de sanções ao setor nuclear da Rússia é uma ilustração da fraqueza do Ocidente.
'Claro que sou grato por cada pacote de sanções… Obrigado. Mas aproximar-se da paz será uma recompensa para todos aqueles que querem garantir que as sanções funcionem 100%', disse.
Líderes da União Europeia e da Otan ecoaram as preocupações de Zelenskiy, dizendo ao fórum que o Ocidente não pode parar o fornecimento de armas e dinheiro à Ucrânia se quiser que Kiev prevaleça.
'Ucranianos precisam de financiamento previsível em 2024 e além. Precisam de um fornecimento de armas suficiente e sustentado para defender a Ucrânia e recuperar seu território legítimo', alertou a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
NÃO É CARIDADE
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também em Davos, disse que o apoio à Ucrânia não era caridade, mas um investimento na segurança da própria aliança.
Kiev está concentrada agora em tentar assegurar auxílio do Ocidente, retido no Congresso dos EUA e em Bruxelas, reformando seus esforços de recrutamento para reabastecer o material humano e lidar com a escassez de artilharia no fronte.
(Reportagem de Olena Harmash, Yuliia Dysa, Pavel Polityuk)
Escrito por Reuters
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