A luta contra o alcoolismo na pandemia
Diana, uma alcoólica em recuperação, fala sobre a luta contra o vício durante a pandemia
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Diana (Sem identificação): “Em algum momento, eu desistia. Não conseguia mais. Eu não aguentava mais. Então, eu bebia algo”.
Local: Berlim, Alemanha
Diana é dependente de álcool. Ela decidiu se tratar do vício meses antes de a pandemia começar, com a ajuda dos Alcoólicos Anônimos. Ela se sente amparada pelo grupo de apoio.
Diana (Sem identificação): “Minha vida havia mudado, se transformado totalmente, e tudo estava bem, sentia que iria dar certo. Então, veio a pandemia. Com isso, todo esse novo mundo de contatos se desfez. Foi muito difícil. E aí o sinal de alerta começou a soar. Vai dar certo? Fiquei agitada, comecei a sentir sinais do vício”.
No primeiro lockdown, em 2020, a venda de álcool subiu extremamente na Alemanha. Um terço da população alemã passou a beber mais durante a pandemia. No início, Diana conseguiu se manter sóbria. Mas teve uma recaída em outubro de 2020.
Diana (Sem identificação): “Eu não peguei apenas uma bebidinha. Fui direto para uma garrafa de licor, e ela ficou imediatamente vazia. Acabou muito rápido. Então, acordei aqui. E aí comecei a ligar para as primeiras pessoas, com muita vergonha, já admitindo que isso tinha acontecido. Porque eu sei, graças ao grupo de autoajuda, que eu posso e devo ligar para os outros, que não preciso mais me esconder”.
A recaída durou quatro semanas, menos tempo do que as anteriores. O grupo dos Alcoólicos Anônimos foi de grande ajuda. Para continuar sóbria, ela participa das reuniões virtuais e tenta manter uma rotina durante a pandemia. Fazer artesanatos ajuda Diana a lidar com o isolamento. Mas o medo da recaída sempre volta.
Diana (Sem identificação): “Tenho medo de que a pandemia continue e, com isso, o isolamento tenha que continuar, e que eu tenha uma nova recaída. E cada recaída pode ser fatal”.
Cada dia sem álcool é uma vitória para Diana. Ela está sem consumir álcool há mais de três meses.
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Escrito por DW
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