A relação de músicas tristes com sentimentos
Como o consumo de canções intensas aumentam a tristeza e também nos deixam felizes
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Por que em diversos momentos da nossa vida buscamos refúgios nas músicas? Não qualquer tipo de música, mas sim músicas tristes? Ao se deparar com diversos desafios e enfrentá-los, canções de teor mais melancólico aparecem como uma forma de materializar como externalizar a explosão de sentimentos que nos impactam quando as coisas não estão indo tão bem.
Consumir canções tristes possui duas faces, elas podem tanto impulsionar a tristeza e fazer com que a mistura de sensações sejam sentidas naquele momento como também nos fazerem bem.
Pode parecer paradoxal mas escutar músicas melancólicas que tendem a nos levar a um estado mental mais para baixo, também possuem o poder de proporcionar sentimentos felizes. Após o cérebro fazer a associação que esse tipo de consumo pode ser benéfico ainda que comece de forma dolorosa, o processo começa ser repetido e colocado habitualmente em nossas vidas.
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Um dos maiores fatores que promovem essa ligação com o consumo humano de canções tristes é o próprio mistério dessas produções em conjunto com a habilidade das pessoas em conseguir transformar dor em beleza. Os estudos sobre a conexão da música com a existência humana são bem recentes em comparação a exploração dessa arte na vida, até agora, diversas análises comprovam como as vibrações sonoras têm um impacto imensurável em nossas vidas.
Recentemente, fizemos uma matéria sobre como o que escutamos impacta em nossos sentimentos e ações, recomendamos que você leia para se inteirar um pouco mais sobre o assunto, é possível acessá-la clicando aqui.
A música como uma manifestação artística é intrínseca ao mundo e impacta diretamente as pessoas no âmbito científico, social e pessoal. Além disso, os sons fazem parte não só da vida humana como da natureza e dos animais, por isso outras espécies comunicam-se entre si, se relacionam com o ambiente e leem o mundo à sua volta para agirem.
Para os humanos essa relação ganha complexidade após a exploração desse sentido com a descoberta e criação em diversos estilos, frequências e batidas fazem com que a música se torne uma atividade orgânica ao corpo e a mente. Nos apaixonamos por estilos, timbres, batidas e tonalidades vocais. Quando menos percebemos estamos condicionados a escutar canções ao longo do nosso dia, o que continua por toda nossa vida.
Por outro lado, é bacana entendermos que a música pode ser usada como terapia além da forma convencional no lazer. Pelas propriedades que consegue fazer o corpo responder diretamente, essa arte consegue ser usada por áreas medicinais e hoje existe a musicoterapia, que explora essa conexão medicinal com a música.
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A conexão entre as pessoas com a música é um elo que caminha ao lado do desenvolvimento da humanidade e a acompanhará para sempre em suas manifestações artísticas. Portanto, progressivamente é importante que exploremos os impactos comportamentais de acordo com a sonoridade a que somos expostos.
Na alternância entre ritmo, batida, timbre e frequência compomos diferentes tipos de ações seguindo a esfera transmitida, fazendo com que a música tenha um poder imensurável nas atitudes dos indivíduos.
O neurocientista Robert Zatorre, da Universidade de McGill no Canadá, pontuou que músicas emocionalmente intensas liberam diversos neurotransmissores que promovem o prazer dentro do cérebro, um deles é a dopamina, que é extremamente importante para o funcionamento corporal e bem-estar.
Ao longo da vida, alguns sentimentos que permeiam nossas relações são constantemente colocados como ruins de serem sentidos. Dentre um deles, é a tristeza. Somos ensinados desde muito cedo a sempre evitar senti-la e buscar sempre por sua oposição, a felicidade. Esquecemos que ficar triste faz parte da nossa vida e é bem importante. No filme “Divertidamente”, essa importância é realmente ressaltada na vida desde muito cedo quando a protagonista se vê em uma explosão de sentimentos ao passar pela adolescência.
A emoção tristeza é pouco compreendida e quase sempre deixada de lado, isso acontece na narrativa pelo fato de que as emoções não entendem sua importância. Essa concepção muda quando ela como as pessoas ao seu redor deixam a tristeza vir quando for preciso e veem a capacidade de trazer benefícios. A maior lição passada é que por meio da tristeza é encontrado conforto.
Todas as emoções emoções são importantes para o convívio humano, embora muitas delas não sejam exploradas da melhor maneira, com a música podemos encontrar um espaço que nos proporcione sentir inteiramente. Música faz parte da vida e sempre fará e até mesmo é uma forma de “automedicação”. Para hoje você já tomou sua dose diária de canções. Esperamos que sim e indicamos que conheçam algumas das playlists que criamos semanalmente.
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