Apple apela contra ordem do Reino Unido para criar 'backdoors'
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LONDRES (Reuters) - A Apple está recorrendo contra uma ordem do governo britânico para criar uma 'porta dos fundos' para seus sistemas criptografados de armazenamento em nuvem, confirmou o Investigatory Powers Tribunal (IPT) nesta segunda-feira.
O IPT disse em uma decisão por escrito que havia recusado o pedido do governo britânico para que 'os detalhes do caso', incluindo o fato de ter sido apresentado pela Apple, fossem mantidos em sigilo.
A Apple e o Ministério do Interior do Reino Unido não comentaram o assunto.
O Washington Post publicou em fevereiro que o Reino Unido havia emitido um 'aviso de capacidade técnica' para a Apple para permitir o acesso a mensagens e fotos criptografadas, mesmo para usuários fora do país.
Há muito tempo a Apple vem afirmando que nunca criaria um backdoor em seus serviços ou dispositivos criptografados porque, uma vez criado, ele poderia ser explorado por hackers, além dos governos. A empresa também usar essa proteção como propaganda sobre a segurança de seus aparelhos.
Em resposta às exigências abrangentes do Reino Unido, a Apple removeu a criptografia de segurança mais avançada para dados em nuvem, chamada Proteção Avançada de Dados, para novos usuários no Reino Unido.
Mais tarde, o Financial Times publicou que a Apple havia entrado com um recurso contra a ordem, mas os detalhes do caso foram mantidos em sigilo e nem a Apple nem o governo britânico confirmaram publicamente o aviso de capacidade técnica.
A decisão do IPT afirma que nem a Apple nem o Reino Unido confirmaram ou negaram a precisão dos relatos da mídia, acrescentando: 'Esse julgamento não deve ser tomado como uma indicação de que a reportagem da mídia é ou não precisa.'
O ministério argumentou que a divulgação da existência da apelação ou do fato de ela ter sido apresentada pela Apple pode prejudicar a segurança nacional. Mas os juízes Rabinder Singh e Jeremy Johnson disseram: 'Não aceitamos que a revelação dos detalhes do caso seja prejudicial ao interesse público ou à segurança nacional.'
A decisão de segunda-feira segue uma audiência em Londres no mês passado, que foi realizada em segredo e a mídia não foi autorizada a comparecer.
(Por Sam Tobin)
Escrito por Reuters