Argélia diz que Níger aceitou proposta para mediação da crise política

ARGEL (Reuters) - O Níger aceitou uma oferta da Argélia para que a mediação da crise política no país seja feita pelo vizinho, informou o Ministério das Relações Exteriores argelino nesta segunda-feira, cinco semanas depois de propor um processo de transição de seis meses liderado por um civil.

A Argélia recebeu a notificação oficial do Níger sobre sua aceitação da iniciativa de mediação do presidente argelino Abdelmadjid Tebboune, disse o ministério em declaração lida na TV nacional.

Não houve nenhum comentário imediato da junta governante do Níger. A Argélia tem feito repetidas advertências contra qualquer resposta militar à crise no vizinho, onde a guarda presidencial tomou o poder e estabeleceu uma junta em julho, dizendo que desejava um processo de transição de três anos.

Em agosto, o ministro das Relações Exteriores argelino, Ahmed Attaf, disse que a Argélia havia conversado várias vezes com os líderes militares do Níger e propôs uma iniciativa para que o país voltasse à ordem constitucional normal.

Ele disse que proporia garantias para todos os lados da crise e sediaria uma conferência sobre desenvolvimento na região do Sahel, sem entrar em detalhes.

O presidente da Nigéria, Bola Tinubu, disse no mês passado que estava tentando restabelecer a ordem constitucional e resolver os problemas políticos e econômicos no Níger e que aceitava qualquer apoio a esse processo.

Tinubu é o presidente do principal bloco da África Ocidental, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), que vem tentando negociar com a junta militar do Níger. A Cedeao tem dito que está pronta para enviar tropas se os esforços diplomáticos para restaurar a ordem não forem bem-sucedidos.

(Por Omar Abdel-Razek e Clauda Tanios)

((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075)) REUTERS FC FDC