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Argentinos consomem menos carne à medida que inflação abocanha poder de compra

Placeholder - loading - Açougueiro Dario Barrandeguy, em Buenos Aires 10/06/2024 REUTERS/Agustin Marcarian
Açougueiro Dario Barrandeguy, em Buenos Aires 10/06/2024 REUTERS/Agustin Marcarian
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Por Candelaria Grimberg

BUENOS AIRES (Reuters) - Famosos pelas churrascarias, vastas fazendas de gado, churrascos e 'parrilla', os argentinos estão consumindo menos carne do que nunca, forçados a apertar os cintos pela inflação de três dígitos e por uma recessão.

O consumo de carne caiu quase 16% neste ano até agora no país sul-americano, onde sempre foi uma parte essencial do tecido social, ao lado do futebol e do mate.

Muitas casas argentinas têm churrasqueiras em torno das quais as famílias se reúnem. Churrascarias estão espalhadas por Buenos Aires e as pessoas se juntam em churrasqueiras improvisadas para saborear a carne, mesmo em canteiros de obras ou protestos.

“Carne é uma parte integral da dieta argentina, é como se a massa desaparecesse para os italianos”, disse a aposentada Claudia San Martín, de 66 anos, à Reuters, na fila de um açougue.

Ela disse estar disposta a fazer cortes em outras compras, como produtos de limpeza, mas a carne é sagrada.

“Os argentinos podem eliminar qualquer coisa, eu acho, em momentos de dificuldade como este. Mas não podemos ficar sem carne”, afirmou.

Mesmo assim, dados mais recentes mostram que os argentinos neste ano estão comendo carne em uma taxa de cerca de 44 kg por ano, uma queda brusca de mais de 52 kg no ano passado e até 100 kg por ano na década de 1950.

Parte do declínio ao longo das décadas resulta de uma mudança de longo prazo para outras carnes, como porco e frango, além de produtos básicos mais baratos, como massas. Mas a queda deste ano foi impulsionada por uma inflação de quase 300% e uma economia estagnada, além das duras medidas de austeridade do presidente libertário Javier Milei.

A pobreza cresce, mais pessoas estão desabrigadas em grandes cidades e as filas aumentaram em refeitórios. Muitas famílias reduziram o consumo de produtos como carne, leite e vegetais. E dizem que ainda não conseguiram sentir os benefícios da desaceleração da inflação mensal.

“A situação neste momento é crítica. O consumidor está tomando decisões pensando apenas em seus bolsos”, disse Miguel Schiariti, presidente da câmara local de carnes, CICCRA, cuja expectativa é que o consumo de carne continue deprimido.

“O poder de compra das pessoas está enfraquecendo mês a mês.”

MENOS CARNE, MAIS MASSA

Nas terras agrícolas da província de Buenos Aires, criadores de gado estão sentindo o impacto.

“A queda em consumo é preocupante”, afirmou Luis Marchi, de 48 anos, engenheiro agrícola e terceira geração no comando do negócio da família, que produz grãos e gado.

“O consumo de carne está caindo bastante recentemente”, acrescentou, culpando a inflação e a crise econômica.

“Os consumidores tentam substituir bifes com alimentos mais baratos, outros tipos de carne ou massa.”

Com a queda do consumo local, as exportações cresceram, mas preços globais menores reduziram esse benefício aos agricultores. De longe, a principal compradora de carne argentina é a China, embora importe cortes mais baratos que não são utilizados domesticamente.

“O setor de exportação está passando por um momento muito difícil, embora continue exportando em grandes volumes. Os preços do mercado internacional caíram muito”, disse Schiariti.

CORTES MAIS BARATOS

Em seu açougue em Buenos Aires, onde trabalha há 40 anos, Gerardo Tomsin, de 61 anos, disse que as pessoas ainda compram carne bovina, mas estão sempre em busca de ofertas mais baratas.

'As pessoas continuam vindo, o problema é que elas consomem menos. Há pessoas que recorrem a outros produtos. É uma busca permanente por preços', disse ele.

Outro açougueiro, Dario Barrandeguy, de 76 anos, disse que as pessoas estão comprando os cortes mais baratos de carne bovina ou outras carnes mais baratas.

'O consumo de frango e carne de porco aumentou muito recentemente', disse.

Milei, um economista de livre mercado que se autodenomina anarcocapitalista, pôs fim ao congelamento dos preços da carne bovina pelo governo peronista anterior.

'As coisas se tornaram muito caras e, quando são tão caras, simplesmente não compramos', disse Facundo Reinal, professor de 41 anos, acrescentando que isso significa passar menos tempo socializando ao redor da churrasqueira

'Estamos vendo que, em geral, as pessoas estão fazendo menos churrascos, o que é uma parte fundamental da cultura aqui na Argentina.'

(Reportagem de Candelaria Grimberg)

Escrito por Reuters

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FOREIGNER SE DESPEDE DOS FÃS BRASILEIROS COM SHOW HISTÓRICO EM SÃO PAULO

A lendária banda Foreigner se despediu dos fãs brasileiros com um super show em São Paulo, na noite do último sábado, em uma apresentação marcada por emoção, energia e celebração. O evento, que aconteceu no Espaço Unimed, faz parte da turnê mundial de despedida do grupo e contou com a participação especial do vocalista original Lou Gramm, consolidando-se como um momento inesquecível para os fãs de rock clássico.

Como antecipado em entrevista exclusiva à Rádio Antena 1 pelo próprio Lou Gramm, a passagem pelo Brasil teria um significado especial. E assim foi: ao invés de um clima de tristeza, o que se viu foi uma verdadeira festa em homenagem ao legado de uma das maiores bandas do rock americano das décadas de 70 e 80.

Double Trouble Tour aquece o público com clássicos e surpresas

A noite começou em alto nível com a abertura da "Double Trouble Tour", projeto que reuniu os vocalistas Eric Martin (Mr. Big) e Jeff Scott Soto (Yngwie Malmsteen, Journey), acompanhados pela competente banda Spektra, formada por Leo Mancini (guitarra), Edu Cominato (bateria), BJ (teclados e vocais) e Henrique Baboon (baixo).

No repertório, sucessos das bandas pelas quais os cantores passaram, como "To Be With You" e "Wild World", do Mr. Big, além da poderosa "Separate Ways", do Journey, que permitiu a Soto mostrar toda sua força vocal. A surpresa da noite ficou por conta de uma cover intensa de "Crazy", de Seal, provando a versatilidade dos músicos em cena.

Foreigner entrega performance impecável na turnê de despedida

Após a abertura arrebatadora, foi a vez do Foreigner subir ao palco — e mostrar por que ainda é referência quando se fala em rock de arena. Com uma performance carregada de emoção e qualidade técnica, Jeff Pilson, Michael Bluestein, Bruce Watson, Chris Frazier e Luis Carlos Maldonado conduziram o público por uma viagem sonora de quase cinco décadas de história.

“Arrisco a dizer que Maldonado foi o grande destaque da noite — se isso for possível diante da qualidade técnica dos outros integrantes do grupo. Fiquei impressionado ”, comentou o jornalista João Carlos Santana, da Rádio Antena 1.

A setlist, fiel àquela apresentada em outras datas da turnê pela América Latina, incluiu todos os grandes sucessos da banda (confira abaixo). E, no momento mais aguardado da noite, Lou Gramm subiu ao palco para cantar as quatro últimas músicas do show, em um ato simbólico que representou não apenas a origem musical da banda, mas também o respeito mútuo entre artista e público.

Set List - Foreigner - São Paulo, 10 de maio de 2025

1. "Double Vision"
2. "Head Games"
3. "Cold as Ice"
4. "Waiting for a Girl Like You"
5. "That Was Yesterday"
6. "Dirty White Boy"
7. "Feels Like the First Time"
8. "Urgent"
9. Keyboard Solo
10. Drum Solo
11. "Juke Box Hero" (with Lou Gramm)
12. "Long, Long Way From Home" (with Lou Gramm)
13. "I Want to Know What Love Is" (with Lou Gramm)
14. "Hot Blooded" (with Lou Gramm)

Uma despedida inesquecível e novos planos para 2026

A noite de sábado entrou para a história tanto para os fãs quanto para os músicos do Foreigner. Um evento raro, emocionante e tecnicamente impecável (com direito a solos de teclado e bateria). Mas para aqueles que ainda sonham em ver a banda ao vivo uma última vez, há uma última chance.

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