Boris Johnson deve tomar medidas para entregar Brexit
O primeiro-ministro deve aprovar o acordo no Parlamento e seguir algumas regras
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A proposta do Brexit foi aprovada nesta sexta-feira (20), por 358 votos a 234, pelo parlamento britânico. A proposição do ministro Boris Johnson determina a saída do Reino Unido da União Europeia.
Na votação inicial, os parlamentares decidem se a lei é aceita em termos gerais. O texto da medida passa por comitês, recebe emendas, e segue para uma nova votação, na Câmara dos Lordes.
Caso a proposta seja aprovada, o primeiro-ministro Boris Johnson precisa resolver alguns entraves, antes de entregar o Brexit.
Na semana passada, o Partido Conservador venceu as eleições realizadas no Reino Unido e Johnson retornou ao cargo de primeiro-ministro.
Cerca de 46 milhões de eleitores do Reino Unido foram às urnas para escolher o novo parlamento britânico. O pleito deveria acontecer em 2022, mas foi antecipado.
O impasse da saída do Reino Unido da União Europeia foi o principal motivo da nova eleição.
Antes do pleito, o primeiro-ministro não cumpriu os planos, pois não contava com o apoio suficiente de deputados para aprovar as novas leis.
Como o Partido Conservador, agora, é a maioria, o brexit deve acontecer. Para isso, Johnson terá que seguir algumas regras.
Inicialmente, o primeiro-ministro deve aprovar o acordo no Parlamento. A retirada do Reino Unido da UE possui alguns itens, como por exemplo, termos que definem áreas em que a Corte Europeia poderá atuar no Reino Unido.
O pacto também regula a alfândega entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte, além de estipular indenizações à União Europeia pela saída.
Outra medida que Johnson deve tomar é a negociação de um acordo comercial com o bloco. O Reino Unido precisa negociar temas como defesa, Justiça, regulação, ambiente e direitos humanos. Os acordos devem ser concluídos até 2025.
A recuperação da infraestrutura é outra questão que precisa ser resolvida. Os parlamentares da região centro-norte britânicas visitaram o premiê e solicitaram prioridade nas áreas de transporte e habitação.
Um dos principais impasses do Reino Unido é a queda de qualidade do sistema público de saúde, o NHS, por causa da falta de enfermeiros. Johnson terá que suprir as 50 mil vagas em aberto: 40 mil na Inglaterra e 10 em postos médicos.
Empresas de países pertencentes a UE, como a Dinamarca, França e Espanha tem acesso a águas britânicas para a realização de pesca. As nações insistem que haja livre comércio dos produtos entre os dois lados do canal da Mancha.
Com todo esse movimento no Reino Unido, o setor financeiro está em declínio. Parlamentares britânicos temem que sedes financeiras de Londres em outros países como Alemanha, se desintegre. Para isso, o governo precisa proteger as corporações financeiras que fazem parte da nação.
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