Criar música, ou simplesmente ouvir, aumenta o bem-estar, mostra pesquisa
Melhora na saúde mental e emocional são fatores observados pelos autores do estudo
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Segundo um estudo publicado no JAMA (Journal of the American Medical Association), ouvir, criar ou cantar música pode promover melhoras significativas no bem-estar e na qualidade de vida dos indivíduos, regulando emoções e funções cerebrais.
De acordo com os pesquisadores, as intervenções musicais podem ser consideradas “mais atrativas e efetivas” ao levar em conta alternativas não farmacêuticas - porém, mais estudos ainda são necessários. Entretanto, é garantido que o método, por si só ou como terapia complementar, melhora a saúde mental dos adeptos.
No jornal The Guardian, é explicado que o estudo de 26 pesquisas conduzidas em lugares como Austrália, Reino Unido e Estados Unidos descobriu um resultado clínico na promoção de um bem estar mental e emocional.
Sete dessas pesquisas envolvem musicoterapia; dez abordaram os efeitos de ouvir música; oito examinaram os benefícios de cantar e uma tratou sobre as consequências da música gospel dentro deste contexto.
“Muitos de nós sabemos por experiência própria o quão profunda uma intervenção musical pode ser em situações que incluem cirurgia, problemas de saúde ou episódios de saúde mental”, declarou Kim Cunio, professor de musicologia da Universidade Nacional Australiana, ao The Guardian.
Além disso, os autores afirmam que os benefícios da música à mente podem ser comparados aos efeitos de exercícios físicos e perda de peso.
Mas o uso de musicoterapia e arteterapia como intervenções só vem recebendo mais credibilidade e reconhecimento recentemente, após a OMS (Organização Mundial da Saúde) encontrar evidências de que os métodos podem ajudar na prevenção se problemas de saúde e no tratamento dos mesmos.
Outro estudo aponta para a música como tratamento complementar efetivo no combate à depressão e aos sintomas da menopausa em mulheres. - como ondas de calor e dificuldade para dormir.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre os benefícios da música, confira outras curiosidades surpreendentes:
Plantas reagem à música
Estudos sugerem que quando plantas são expostas à música, seu crescimento pode ser estimulado. Segundo resultados de pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Agricultura Biotecnológia da Coréia do Sul, ondas sonoras presentes em músicas clássicas causaram reação em dois genes das plantas utilizadas.
Cientistas sugerem que, para impulsionar o desenvolvimento dos brotos, sessões de música em áreas de cultivo, ou para plantas caseiras, sejam promovidas. Assim, sintonize na Antena 1 ao cuidar de suas amigas verdes!
Ouvir música pode ter efeitos terapêuticos
Através da musicoterapia, sons podem nos ajudar superar alguma questão, expressar algum sentimento, ou até mesmo nos dar energia, o que acontece porque a música tem efeitos terapêuticos.
A musicoterapia proporciona bem-estar, relaxamento tanto físico quanto mental, liberação de dopamina - hormônio do prazer - resgate de autoestima, melhora na expressão e comunicação, ganho ou melhora de tônus muscular, entre muitas outras coisas.
A Antena 1 tem uma matéria completa e bem explicativa sobre a musicoterapia. Clique aqui para conferir.
O show com maior público foi realizado em Copacabana
A apresentação de Rod Stewart no Brasil durante a virada do ano entrou para o Guinness Book como o maior show gratuito da história, contando com mais de 3,5 milhões de pessoas ouvindo o artista em Copacabana, Rio de Janeiro.
Fãs de música clássica e de heavy metal têm personalidades semelhantes.
Estudo realizado na Universidade Heriot Watt, em Edimburgo, na Escócia, analisou a relação entre gostos musicais e a personalidade dos indivíduos. Os resultados sugerem a presença de semelhanças entre fãs de música clássica e admiradores de heavy metal.
Pesquisadores entrevistaram 36 mil pessoas, abordando as características da personalidade de cada um e seus gostos musicais.
A conclusão diz que fãs de jazz tendem a usar mais a criatividade, enquanto o contrário ocorre àqueles que gostam de música pop.
Seguindo essa linha, os estudiosos encontraram pontos em comum entre pessoas que gostam de música clássica e heavy metal.
"São pessoas muito criativas, introvertidas e de bem consigo mesmas, o que é estranho. Como você pode ter dois estilos tão distintos com grupos de fãs tão parecidos?", afirmou Adrian North, líder do estudo
Ainda segundo ele, uma das explicações para o resultado surpreendente pode ser o "aspecto teatral desses estilos, que são dramáticos".
"As pessoas em geral têm um estereótipo sobre os fãs de heavy metal, acham que eles têm tendência suicida, são deprimidos e representam um perigo para si e para a sociedade em geral. Na verdade, são pessoas bem delicadas", disse.
Músicas afetam como você enxerga as situações
Quem nunca sintonizou na playlist de músicas tristes quando não estava se sentindo bem. Ou de canções alegres para limpar a casa ou se arrumar para sair. Isso porque o som que estamos ouvindo afeta diretamente em como vemos o mundo ao nosso redor.
Ao ouvirmos músicas mais melancólicas, podemos nos ver mais chateados e lembrando de situações não tão agradáveis. Enquanto escutar ritmos divertidos e animados faz com que nossa energia fique mais leve.
Compare as sensações ao dar play nas faixas abaixo:
Someone You Loved - Lewis Capaldi
Cold Heart - Dua Lipa e Elton John
Você sabe o que é “coceira cognitiva”?
Quando dizemos que não conseguimos tirar uma canção da nossa cabeça, estamos falando sobre “coceira cognitiva”, acontecimento que costumamos atribuir à “músicas chiclete” - incômoda muitos casos.
Segundo estudo realizado por James J. Kellaris, da Universidade de Cincinnati, psicólogo estudioso do comportamento do consumidor, músicas simples, com repetição e que foge às expectativas tem chances de “grudar” em nossa mente.
De acordo com a pesquisa, músicos, mulheres e pessoas que sofrem muito estresse tendem a ser mais suscetíveis à "coceira cognitiva”, com causas psicológicas ou físicas, que podem estar relacionadas às frequências de som que ressoam no corpo.
Kellaris ainda afirma que para sanar o efeito da música chiclete, é necessário cantá-la em voz alta.
Ouvir música estimula praticamente todo o nosso cérebro
Ouvir música é uma das poucas atividades que conseguem estimular praticamente todo o nosso cérebro, provocando um “diálogo” entre as áreas do órgão.
Uma canção faz com que analisemos o som quando a seu tom, ritmo, volume, timbre, harmonia, localização espacial e ressonância. Além disso, as partes de nosso cérebro responsáveis por movimento, memória, atenção e emoção também são ativadas. Isso sem contar a interpretação que o órgão faz da letra.
Só uma em cada 10 mil pessoas tem ouvido absoluto
Ter ouvido absoluto é possuir a conseguir reconhecer e nomear notas musicais sem nenhuma referência anterior, conseguindo afirmar qual a nota tocada no piano sem um elemento de comparação.
Apenas uma em cada 10 mil pessoas nasce com a condição, fazendo dela uma raridade. Suspeita-se que o ouvido absoluto seja hereditário e que estudar música possa desenvolvê-lo.
Confira alguns músicos famosos que tinham ouvido absoluto:
- Mozart
- Beethoven
- Chopin
- Ella Fitzgerald
- Stevie Wonder
- Michael Jackson
A música pode ser utilizada no tratamento para mal de Parkinson e AVC
Segundo estudos, a musicoterapia por tempo prolongado pode ser útil no tratamento para mal de Parkinson e AVC, podendo ainda causar reações surpreendentes em pacientes com Alzheimer.
As sessões que utilizam o método recorrem a exercícios musicais ou rítmicos que ajudam os indivíduos a estabelecerem habilidades funcionais, como pessoas que começam a andar novamente após um trauma junto ao ritmo de uma música ou batida específica.
Além disso, o tratamento para AVC ajuda os pacientes a recuperarem a linguagem, o andar e movimentos físicos.
Música tem efeito sobre os animais
A Antena 1 também desenvolveu uma matéria sobre o efeito da música sobre os animais que conta com entrevista do veterinário e youtuber Rodrigo Rabello. Confira um trecho:
Existem ações dos animais que são estimuladas através das canções.
“A influência é total! A nossa audição chega a ser medíocre perto da audição dos animais, tanto a audição quanto a olfação são realmente rudimentares quando comparados aos animais. E justamente por ter uma audição muito apurada, os animais conseguem identificar e ouvir com frequência que nós não conseguimos, e isso é importantíssimo para a manutenção de um animal saudável”, ressaltou Rodrigo.
Do mesmo modo, sons podem afetar negativamente o seu pet, pois caso ele sofra com sons que não o agradam, pode obter respostas imunológicas baixas, deixando-o mais suscetível a doenças.
Qual a música ideal para o seu bichinho? Ainda não se sabe, mas fique atento aos sinais que ele oferece.
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