Cúpula de IA em Paris atrai líderes mundiais e CEOs ansiosos por regulamentação mais branda
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Por Jeffrey Dastin e Elizabeth Howcroft
PARIS (Reuters) - Líderes mundiais e executivos de tecnologia se reuniram em Paris nesta segunda-feira para anunciar novos investimentos em inteligência artificial e discutir como adotar a IA com segurança em um momento de crescente resistência que, segundo as empresas, sufoca a inovação.
A disposição de controlar a IA diminuiu desde cúpulas anteriores, no Reino Unido e na Coreia do Sul, que chamaram a atenção das potências mundiais para os riscos da tecnologia após o lançamento viral do ChatGPT em 2022.
À medida que o presidente dos EUA, Donald Trump, rasga as grades de proteção de IA de seu antecessor para promover a competitividade dos EUA, aumenta a pressão sobre a União Europeia para adotar uma abordagem mais leve em relação à IA para ajudar a manter as empresas europeias na corrida tecnológica.
'Se quisermos crescimento, empregos e progresso, devemos permitir que os inovadores inovem, que os construtores construam e que os desenvolvedores desenvolvam', disse Sam Altman, presidente-executivo da OpenAI, em um artigo de opinião publicado no jornal Le Monde antes da cúpula.
Alguns líderes da UE, incluindo o anfitrião da cúpula, o presidente francês Emmanuel Macron, também esperam que a flexibilidade seja aplicada à nova lei de IA do bloco para ajudar as startups locais.
'Há o risco de alguns decidirem não ter regras e isso é perigoso. Mas há também o risco oposto, se a Europa se der muitas regras', disse Macron a jornais regionais franceses.
'Não devemos ter medo da inovação', afirmou ele.
Os primeiros movimentos de Trump em relação à IA ressaltaram o quanto as estratégias para regulamentar a IA nos Estados Unidos, na China e na UE divergiram.
No ano passado, os parlamentares europeus aprovaram a Lei de IA do bloco, o primeiro conjunto abrangente de regras do mundo que rege a tecnologia. Os gigantes da tecnologia e algumas capitais estão pressionando para que ela seja aplicada de forma branda.
Enquanto isso, a chinesa DeepSeek desafiou a liderança dos Estados Unidos em IA no mês passado ao distribuir livremente um sistema de raciocínio semelhante ao humano, galvanizando rivais geopolíticos e do setor para uma corrida ainda mais rápida.
MAIS INVESTIMENTOS
Um dos resultados da cúpula foi o lançamento da Current AI, uma parceria de países como França e Alemanha e participantes do setor, incluindo Google e Salesforce.
Com um investimento inicial de US$400 milhões, a parceria liderará projetos de interesse público, como a disponibilização de dados de alta qualidade para IA e o investimento em ferramentas de código aberto. O objetivo é obter até US$2,5 bilhões em capital ao longo de cinco anos.
O fundador da Current AI, Martin Tisné, disse à Reuters que o foco no interesse público é necessário para evitar que a IA tenha desvantagens como a mídia social. 'Temos que ter aprendido as lições', declarou ele.
Separadamente, a França anunciará investimentos do setor privado totalizando cerca de 109 bilhões de euros (US$113 bilhões) durante a cúpula, disse Macron no domingo.
Escrito por Reuters