Kremlin diz que ninguém respondeu às perguntas da Rússia sobre proposta de cessar-fogo na Ucrânia
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MOSCOU (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, ainda apoia a ideia de um cessar-fogo na Ucrânia, mas a Rússia não recebeu respostas para as principais perguntas que tem sobre uma trégua proposta pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, disse o Kremlin nesta segunda-feira.
Trump, que diz querer ser lembrado como um pacificador, tem afirmado que deseja ver o fim do conflito de três anos na Ucrânia e alertou sobre os riscos de uma escalada em uma guerra mundial entre os Estados Unidos e a Rússia.
Putin disse no mês passado que a Rússia apoia uma proposta dos EUA para um cessar-fogo na Ucrânia em princípio, mas que os combates não poderiam ser interrompidos até que uma série de condições cruciais fossem elaboradas ou esclarecidas.
O Kremlin declarou que essas questões ainda não haviam sido respondidas.
'O presidente Putin apoia a ideia da necessidade de um cessar-fogo, mas, antes disso, várias perguntas devem ser respondidas', afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.
'Essas perguntas ainda estão no ar; até agora ninguém deu uma resposta a elas.'
Putin diz que qualquer acordo de paz deve abordar o que Moscou vê como as causas fundamentais do conflito: essencialmente um cabo de guerra entre a Rússia e o Ocidente sobre o futuro da Ucrânia e a ampliação pós-soviética da Otan em direção às fronteiras da Rússia.
Putin afirma que o cessar-fogo teria que garantir que a Ucrânia não o usasse simplesmente para se reagrupar, e que importantes questões sobre a verificação de uma trégua precisariam ser esclarecidas.
Nesta segunda-feira, o Kremlin atribuiu a culpa pela falta de respostas a Kiev, que, segundo ele, não conseguiu controlar várias de suas 'unidades extremistas e nacionalistas'.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse, por sua vez, que as condições de Putin para um cessar-fogo não são realistas e acusou o líder russo de querer continuar a guerra.
(Reportagem de Dmitry Antonov)
Escrito por Reuters