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WIDER IMAGE-Decisão do STF poderá afetar direitos de indígenas de todo o Brasil

Placeholder - loading - Indígenas xokleng cantam em volta de fogueira em sua terra indígena em José Boiteux, Santa Catarina 17/08/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Indígenas xokleng cantam em volta de fogueira em sua terra indígena em José Boiteux, Santa Catarina 17/08/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
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(Galeria de fotos: https://reut.rs/3zcZ00Q)

Por Amanda Perobelli

JOSÉ BOITEUX (Reuters) - Relegado a um canto degradado de suas terras ancestrais, o povo xokleng do sul do Brasil aguarda ansiosamente um veredicto do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode restaurar o território perdido décadas atrás.

Sentados junto a um fogão de lenha, anciãos xokleng lembram os dias em que peixes e caça abundantes alimentavam suas famílias --antes de a maior parte de suas terras férteis serem vendidas pelo Estado a plantadores de tabaco nos anos 1950.

Agora os xokleng oram para que os tribunais brasileiros cumpram uma profecia de um xamã moribundo: a de que, um dia, reconquistarão suas terras.

A corte decide nesta semana se o governo de Santa Catarina aplica uma interpretação rígida demais dos direitos indígenas ao só reconhecer terras ocupadas por comunidades nativas quando a Constituição foi ratificada, em 1988.

O caso surgiu quando o governo estadual usou aquela interpretação para expulsar um grupo de xokleng de uma reserva natural situada em suas terras ancestrais. A Fundação Nacional do Índio (Funai) apelou da decisão em nome dos xokleng.

Foi 'outra tentativa de nos eliminar', disse Brasilio Pripra, ancião de 63 anos da comunidade. 'Nosso povo vive aqui há milhares de anos.'

O procurador-geral de Santa Catarina, Alisson de Bom de Souza, que representará o Estado na corte na quarta-feira, disse que está buscando uma decisão que respeite os direitos indígenas sem prejudicar outros direitos constitucionais dos brasileiros.

Os xokleng foram expulsos de suas terras de caça tradicionais mais de um século atrás para abrir espaço a colonos europeus, a maioria alemães fugindo de tumultos econômicos e políticos.

À certa altura, o Estado recompensava a matança de povos indígenas e mercenários coletavam orelhas de nativos mortos, uma história dolorosa documentada por antropólogos e transmitida de geração e geração.

'Antes eles nos matavam com armas, agora nos matam com uma canetada', disse João Paté, um ex-cacique.

DANÇA E ORAÇÃO

Determinados a manter suas tradições vivas, os xokleng se reúnem ao redor de fogueiras de noite para contar historias em sua própria língua e manter os rituais de dança e oração, às vezes pintando os rostos dos jovens.

Eles ainda repartem a comida em refeições comunitárias, mas a carne que assam é comprada fora da reserva, já que eles não têm terras suficientes para caçar ou criar gado.

'Não conseguimos plantar comida vivendo neste buraco. Eles querem se livrar de nós. Não gostam de nós', disse Vanda Kamlem, de 87 anos, rodeada pelos seis netos. Ela lembra dos dias em que coletava pinhões das araucárias abundantes.

Agora as florestas estão desmatadas e os peixes se tornaram escassos, já que os rios se tornaram turvos, contou ela.

'Os colonos chegaram lentamente, tomando conta. Construíram duas serrarias e devastaram o local', disse Paté, um pastor evangélico que conduz os cultos na igreja da comunidade.

Ele diz que a palavra de Deus salvou os xokleng do alcoolismo que se tornou comum nos anos 1950.

Os xokleng são cerca de 3 mil atualmente, e se concentram nos 14.156 hectares de um território montanhoso no qual deslizamentos de terra ameaçam lares e a maior parte da terra é íngreme demais para a agricultura

Eles reivindicam outros 24 mil hectares de solo rico para o tabaco que dizem ter pertencido a eles durante séculos antes da chegada dos colonos.

Se a decisão de quarta-feira favorecer os xokleng, mais de 800 famílias de agricultores enfrentarão o 'caos' e ficarão 'sem futuro', segundo Tarcisio Boeing, de 65 anos, que cultiva 50 hectares que estão com seus familiares de ascendência alemã há mais de um século.

'Esta terra foi comprada, e temos as escrituras', afirmou Chico Jeremias, de 61 anos, que diz que seu avô alemão chegou um século atrás e lhe deixou 27 hectares que ele cultiva com os quatro filhos.

'Se o tribunal decidir ampliar as terras indígenas, para onde irão estes agricultores familiares?... isto se tornará uma terra sem lei.'

O parecer do Supremo Tribunal afetará centenas de reivindicações de terra de indígenas de todo o Brasil, muitos dos quais representam um anteparo contra o desmatamento da floresta tropical amazônica.

Uma derrota dos xokleng na corte pode estabelecer um precedente para o desmantelamento dramático de direitos nativos defendida pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele diz que muito poucos povos indígenas vivem em terras demais no país, impedindo a expansão agrícola.

Interesses poderosos do agronegócio teriam mais base legal para contestar reivindicações de terra de indígenas, e o Congresso teria luz verde para introduzir uma definição restritiva das terras indígenas na lei federal.

Se perderem o processo, os xokleng mais novos dizem que continuarão lutando. 'Estamos aqui e resistiremos até o fim. Esta luta nunca terminará', disse Lázaro Kamlem, de 47 anos.

Ele é descendente do xamã Kamlem, o curandeiro xokleng que em 1925, no leito de morte, disse que o povo perderia suas terras para 'homens brancos', mas que um dia as recuperaria.

Escrito por Reuters

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EXCLUSIVO: 'THE DRIVER ERA' REVELA À ANTENA 1 OS BASTIDORES DE "OBSESSION"

Em entrevista exclusiva concedida à repórter Catharina Morais, da Rádio Antena 1, no dia 2 de maio, momentos antes da passagem de som no Tokio Marine Hall, os irmãos Ross Lynch e Rocky Lynch, da banda The Driver Era, abriram o coração sobre a criação de seu mais novo álbum, Obsession, e refletiram sobre os desafios de ser artista na era digital. A conversa aconteceu em São Paulo, poucas horas antes do último show da turnê no Brasil.

“Cada álbum tem uma sensação diferente, com certeza”, disse Ross ao ser perguntado sobre a experiência de lançar o disco enquanto estão na estrada. “A Summer Mixtape teve uma vibe mais solta, como uma brisa do mundo”.

The Driver Era: quem são Ross e Rocky Lynch?

Formada em 2018, The Driver Era é uma dupla norte-americana de pop alternativo e rock contemporâneo, criada pelos irmãos Ross e Rocky Lynch. Ross ganhou notoriedade na série da Disney Austin & Ally e no filme Teen Beach Movie, além de integrar a antiga banda R5. Desde então, a dupla tem buscado firmar uma identidade sonora própria, apostando na mistura de gêneros e em uma produção 100% autoral.

“Produzir é uma das coisas que mais amamos fazer”, contou Ross. “A gente mesmo produziu tudo. Fizemos praticamente todos os drivers nos nossos álbuns”.

Criação do álbum Obsession: entre o estúdio e a estrada

Obsession, lançado em abril de 2025, é o quarto álbum de estúdio da banda. Com sonoridade intensa e letras autobiográficas, ele representa um momento de amadurecimento artístico. Gravado entre Londres, Califórnia e o estúdio caseiro da dupla, o projeto nasceu em meio à correria da turnê, mas com leveza.

“Obsession surgiu de forma bem orgânica, com histórias reais, inspiradas nas nossas vivências”, explicou Ross.


“Criar música é como a gente se alimenta”, completou Rocky.

Pressão das redes sociais e autenticidade artística

A entrevista também tocou em um tema delicado: o impacto das redes sociais na carreira dos artistas.

“Hoje em dia, todo mundo — e as mães deles também — está postando, postando, postando…”, brincou Rocky.

“Você quer crescer, quer melhorar, e agora isso virou uma métrica tangível. Mas o que eu gosto mesmo é de fazer música”, reforçou Ross.

Influências musicais: de Peter Gabriel a Michael Jackson

Entre os ídolos citados pelos irmãos estão INXS, Peter Gabriel e Michael Jackson. Apesar da admiração por esses grandes nomes, Ross e Rocky explicam que seu processo criativo evita imitações.

“É como se eu não pudesse repetir algo que alguém já fez. Mesmo sendo fã, me desanima se sinto que estou copiando demais”, desabafou Rocky.

As novas obsessões da The Driver Era

Encerrando a entrevista, os irmãos revelaram suas “obsessões” do momento:

“Tentar me tornar uma pessoa melhor”, disse Rocky sobre a faixa Better.


“Entender por que os seres humanos fazem o que fazem”, compartilhou Ross. “E também… eu gosto de fazer as pessoas felizes”.

Show no Tokio Marine Hall: uma noite de energia, conexão e um pouco de nostalgia

O público paulistano recebeu de braços abertos a banda na Obsession Tour 2025, que passou também pelo Rio de Janeiro. Em São Paulo, a apresentação foi marcada por performances intensas e uma troca genuína com os fãs. Com casa cheia, o Tokio Marine Hall foi tomado por fãs vestindo chapéus de cowboy, uma referência divertida à estética do vocalista Ross.

O setlist trouxe músicas novas e antigas, além de uma surpresa nostálgica com "On My Own", do filme Teen Beach Movie, arrancando lágrimas e gritos do público.

Outros destaques do show incluíram Touch, que abriu a noite, The Weekend, que transformou a casa em pista de dança, e A Kiss, que encerrou o espetáculo com energia lá no alto.

Show inesquecível e fãs encantados

A passagem da The Driver Era pelo Brasil reforçou o vínculo da banda com o público brasileiro. Após duas noites memoráveis no país, fica claro que Ross e Rocky Lynch têm um espaço garantido no coração dos fãs.

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