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Enchentes no sul do Brasil deixam alunos sem salas de aula por um mês

Placeholder - loading - Sala de aula inundada após inundações devido a fortes chuvas em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil 22/05/2024 REUTERS/Diego Vara
Sala de aula inundada após inundações devido a fortes chuvas em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil 22/05/2024 REUTERS/Diego Vara

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Por Diego Vara

PORTO ALEGRE (Reuters) - Dezenas de milhares de estudantes no sul do Brasil estão há um mês sem entrar em suas salas de aula após enchentes catastróficas inundarem algumas escolas e transformarem outras em abrigos, gerando preocupações com sua saúde mental.

Das mais de 2.000 escolas públicas do Rio Grande do Sul, quase um quinto continuam fechadas, afetando aproximadamente 185.000 estudantes.

'Temos crianças que estão completamente traumatizadas. Quando começa a chover, elas entram em pânico', disse a secretária de Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira.

Chuvas que começaram no fim de abril levaram os níveis de rios e lagos no Estado mais ao sul do Brasil a patamares recordes, causando enchentes que mataram pelo menos 169 pessoas e deixaram mais de 580.000 desalojadas, de acordo com autoridades estaduais.

Na região norte da capital Porto Alegre, perto do rio Guaíba, que ainda está acima dos níveis de inundação, a escola primária Brasília segue parcialmente submersa. A quadra de futebol da escola é uma piscina; salas de aula e livros estão cobertos de lama.

'Temos impactos em infraestrutura, física e material; temos impactos pedagógicos; temos impactos psicológicos e impactos emocionais', afirmou Teixeira.

Em outros locais de Porto Alegre, na escola Roosevelt, o diretor Márcio Freitas disse que os funcionários sabem que serão o suporte emocional dos pais e de cerca de 800 alunos assim que eles voltarem às aulas, que devem ser retomadas no começo de junho.

'Ter esta situação (das enchentes) no nosso último ano de escola, além de ter perdido nossos últimos anos de ensino fundamental (por causa da Covid-19) nos dá… um sentimento muito ruim', afirmou Sophia Souza Assumpção, aluna do último ano do ensino médio na escola Roosevelt.

Freitas, o diretor, disse que lidou com muitos desafios na educação pública ao longo do ano, mas nenhum tão grande quanto este. Ainda assim, ele sustenta que não há tempo para sofrer na educação.

'Se você cai, tem que levantar rapidamente. Essa é a vida na educação.'

(Reportagem de Diego Vara)

Escrito por Reuters

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