Especialista fala sobre o consumo de suco por crianças
A melhor opção ainda é dar a fruta inteira para os pequenos.
Publicada em
Preocupações com excesso de açúcar e calorias levaram muitos pais a parar de oferecer suco às crianças. Isso principalmente depois de uma recomendação de 2017 da Academia Americana de Pediatria (AAP), que afirmava que a bebida não oferece benefícios nutricionais aos bebês antes do primeiro aniversário. Crianças ainda mais velhas devem limitar sua ingestão para minimizar o risco de ganho de peso e cárie dentária, de acordo com a academia.
Embora a limitação do consumo de açúcar e calorias seja importante, a Dra. Wanda Abreu, pediatra do Hospital Infantil Morgan Stanley, diz que a questão é mais sobre o que o suco geralmente substitui. A especialista deu uma entrevista sobre o assunto para a revista norte-americana Time.
O suco contém as mesmas vitaminas e açúcares naturais encontrados em frutas inteiras, mas tem menos fibras, que ajudam na digestão e ajuda na saciedade, explica a médica. Como resultado, o suco acaba sendo mais fácil de consumir do que as frutas inteiras, e fornece uma grande dose de açúcar diretamente na corrente sanguínea - o que pode levar ao ganho de peso.
Se a compra de frutas frescas for muito cara ou inconveniente, o Dr. Matt Haemer, especialista em nutrição pediátrica do Hospital Infantil do Colorado, recomenda oferecer versões enlatadas congeladas ou sem açúcar em vez de suco. "Trata-se de estabelecer um padrão de comportamento a longo prazo ... e tentar melhorar o que temos atualmente: uma epidemia de crianças que crescem em nosso país para as quais não é normal comer frutas e legumes", diz ele.
Ainda assim, Wanda diz que os pais não devem se sentir culpados se seus filhos beberem um copo ocasional de suco. Os pais devem procurar sucos naturais de frutas, e não sucos industrializados que normalmente contêm açúcares adicionados.
E a AAP oferece recomendações por idade: nenhum suco para bebês; não mais do que 120 ml por dia para crianças pequenas; até 180 ml por dia para crianças de 4 a 6 anos; e até 240 ml por dia para crianças mais velhas.
Existem melhores opções? Wanda diz que sim. “Mas não vivemos em um mundo perfeito, então você apenas faz o melhor que pode”, pondera a especialista.
SALA DE BATE PAPO