Estudo comprova que painéis fotovoltaicos flutuantes são ainda mais eficientes
Por aqui, no início do mês, foi inaugurada a primeira etapa da usina solar fotovoltaica flutuante no Rio São Francisco.
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Mais um passo rumo à energia limpa e renovável: o governo federal inaugurou neste mês a primeira etapa da usina solar fotovoltaica flutuante. Ela transformará a luz solar em energia elétrica e foi instalada na Usina Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia. O empreendimento aproveita a área represada do Rio São Francisco e tem capacidade de gerar 1 megawatt-pico (MWp) de energia.
E a ideia é ampliar essa experiência. Instalar painéis solares em espelhos d’água atrairiam investimentos privados e promoveriam leilões de geração de energia renovável na área de transposição do Rio São Francisco.
Segundo os ministérios de Minas e Energia e do Desenvolvimento Regional, seria possível garantir recursos para o bombeamento das águas do rio, que hoje custam R$ 300 milhões por ano.
“Esse solo escaldante e esse calor abundante é o que vão gerar energia para que os motores funcionem e irriguem o nosso sertão de verdade”, disse o presidente Jair Boslonaro, durante a inauguração da usina da Companhia Hidrelétrica do São Francisco. “Essa nova forma de buscar energia com placas fotovoltaicas em cima de um lago como esse aqui é bem-vindo ao Brasil”, completou.
O uso de placas solares flutuantes traz vários benefícios. Entre eles, a redução da evaporação da água e a possibilidade de utilizar áreas não ocupadas, não havendo necessidade de desapropriação de terras.
Para a construção da usina, foram avaliados a radiação solar incidente no local; a produção e transporte de energia; a instalação e fixação no fundo dos reservatórios; a complementariedade da energia gerada; e o escoamento desta energia.
Segundo Rodrigo Sauaia, diretor executivo da Associação Brasileira da Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a energia solar pode ser um complemento a outras fontes de eletricidade exatamente por isso. Placas flutuantes podem gerar energia nas superfícies de represas das hidrelétricas. Ou seja, a mesma estrutura já serve para uma segunda e simultânea geração.
“Quando há mais abundância de água, prevalece a geração hidrelétrica. Quando há estiagem, há mais sol, existe mais potencial de geração complementar por energia solar”, afirma Sauaia.
Estudos
Segundo estudos feitos em usinas solares flutuantes da Europa e Ásia, locais onde o nível de irradiação é bem menor do que no território brasileiro, a tecnologia gera aproximadamente 14% a mais de eletricidade do que o sistema em terra ou no telhado.
A pesquisa, realizada pela fabricante francesa Ciel & Terre International, detentora do Hidrélio®, tecnologia aplicada de estruturas plásticas flutuantes e utilizada em mais 60 usinas no mundo, apontou que o aumento de geração de energia se deve em função do resfriamento da temperatura dos painéis fotovoltaicos instalados sobre a água.
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