Governo Doria faz alterações nos critérios de flexibilização da quarentena
Modificação na taxa máxima de ocupação de leitos de UTI facilita retomada econômica no Estado de São Paulo
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O governador de São Paulo João Doria anunciou nesta segunda-feira (27) novas mudanças nos critérios de classificação das regiões do Plano São Paulo, medida estabelecida para controlar a flexibilização da quarentena no estado. As alterações começam a valer a partir de sexta-feira (31).
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Um dos principais critérios modificados foi a taxa máxima de ocupação de leitos de UTI necessária para que as cidades avancem da fase laranja (mais rigorosa) para a amarela – passou de 70% para 75% – e da amarela para a verde. Neste último caso, ainda não está determinado se serão mantidos os 75% da fase anterior. Antes das mudanças, o número era de 60%.
Como a taxa de ocupação de leitos hospitalares é o principal critério usado para abrandar ou afrouxar as restrições nas cidades, as mudanças, na prática, facilitam a retomada econômica em meio à pressão de empresários e alguns prefeitos de São Paulo. Em coletiva à imprensa realizada ontem (27), Doria afirmou que “o objetivo é aprimorar o plano para torná-lo mais eficiente e adequado à realidade que vivemos na pandemia”, chamando as alterações de “calibragem técnica”.
Atualmente, a taxa de ocupação de UTIs é de 66,2% na cidade de São Paulo, o que teoricamente viabilizaria a passagem para a fase verde, que permite uma maior flexibilização das medidas de isolamento social. Segundo a secretária de desenvolvimento econômico, Patrícia Ellen, porém, a capital não atende ao novo limite de internações e mortes. Agora, para migrarem da fase amarela para a verde, as regiões também não poderão ter mais de 30 a 40 internações a cada 100 mil habitantes e de 3 a 5 óbitos a cada 100 mil habitantes.
Ontem (27), o estado de São Paulo atingiu um total de 487.654 casos de Covid-19 e 21.676 óbitos pela doença. A taxa de ocupação das UTIs do estado é de 65,7%. Na Grande São Paulo, o número é de 63,3%. Entre 19 e 25 de julho, o número de óbitos caiu 27% na capital paulista e 4% no estado, enquanto um aumento de 16% nas mortes foi registrado no interior no mesmo período.
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