Guerra na Ucrânia: como a Polônia tem ajudado os refugiados?
Em conversa com Andrzej Bukowiński, a Antena 1 fala sobre a relação entre as duas nações
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Em meio à guerra que vem assolando o território ucraniano, os cidadãos vêm buscando refúgio em países fronteiriços, tais quais Polônia, Romênia, Eslováquia e Moldávia. Dos mais de 1 milhão e meio de refugiados - número recorde em tão pouco tempo -, a maior parte encontrou abrigo na Polônia, onde o governo tem aberto portas para receber os civis.
“A situação na Ucrânia é espantosa. Guerra é morte e dor. Já estamos vivendo há duas semanas um momento muito grave na história, onde a Europa e o mundo estão expostos”, diz Andrzej Bukowi?ski, Cônsul Honorário da Polônia em São Paulo, com quem a Antena 1 conversou sobre a atual guerra e sobre as relações entre seu país natal e a Ucrânia.
“Sinto um grande orgulho por essa cooperação e ajuda humanitária por parte da Polônia neste momento, principalmente por ser uma ação espontânea que pode ser justificada pelos países serem ‘irmãos’”.
Os dois governos conservam relações diplomaticamente amistosas desde o fim da União Soviética - onde Ucrânia e Polônia faziam parte do mesmo território -, em 1991, quando a Polônia foi o primeiro Estado a reconhecer a independência ucraniana após a dissolução do bloco.
Um ano depois, foi assinado um tratado de amizade e cooperação entre os dois, mesmo que tenham seguido caminhos políticos diferentes; enquanto a Polônia faz parte da Otan e da União Europeia, a Ucrânia manteve-se, pela necessidade de manter laços com a Rússia, fora dos contratos.
Agora, a Polônia está ajudando os ucranianos com assistência humanitária e financeira. Ao chegarem à cidade fronteiriça de Przemysl, os refugiados são imediatamente recebidos por poloneses.
Em entrevista à BBC, o prefeito Wojciech Bakun declarou que haviam recebido 180 mil refugiados em dez dias, e a Guarda de Fronteira Polonesa afirmou que mais de 1 milhão de pessoas já atravessaram a fronteira.
Segundo o Mestre em Direito Internacional e fundador da Comissão do Direito do Refugiado, Dr. Manuel Nabais da Furriela, caso o conflito não se resolva rapidamente e os refugiados não possam retornar à Ucrânia, a Europa pretende distribuí-los entre os outros países membros a fim de aliviar a pressão sobre os países de fronteira, como a Polônia.
Andrzej Bukowi?ski conta que seus antepassados passaram pela primeira e segunda guerras mundiais e diz esperar não ter que ver um terceiro conflito desta dimensão. “Mas para mim tudo é mais forte. Quando eu tinha 4 anos, caiu Varsóvia no final da Segunda Guerra Mundial; assim, eu e minha família tivemos que ser despejados da cidade com incertezas e fome.”
Ele continua com suas impressões acerca do momento delicado. “Neste momento, Rússia e Ucrânia não chegaram a nenhum acordo. Há o risco de estender o conflito caso outros países membros da Otan se envolvam. A grande esperança é que se chegue à paz”.
Bukowi?ski reforça a importância de realizar doações e buscar saber mais sobre o assunto. Para isso, siga os links abaixo:
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