Holocausto: sobrevivente relata o terror em Auschwitz
Peter Gardosch escapou por pouco da morte ao se passar por mais velho, e ser enviado a campos de trabalho forçado
Publicada em
Transcrito:
A infância de Peter Johann Gardosch terminou aos 13 anos, quando os nazistas invadiram a Transilvânia, em 1944.
Peter Gardosch (Sobrevivente do Holocausto): “Pouco depois, fomos deportados para Auschwitz. Minha família inteira foi assassinada lá”.
Sua mãe e sua irmã foram imediatamente mortas na câmara de gás. Para sobreviver, Gardosch fingiu ser mais velho e foi enviado a campos de trabalho forçado. Ele conseguiu escapar pouco antes do fim da guerra.
Peter Gardosch (Sobrevivente do Holocausto): “Toda essa perseguição, esse ano em Auschwitz, Dachau, Kaufering, de alguma forma me endureceu mentalmente. Eu não conseguia mais reagir como uma pessoa normal”.
Mais tarde, foi capaz de trabalhar e se casar.
Peter Gardosch (Sobrevivente do Holocausto): “Antes de nos casarmos, moramos juntos por sete anos, e eu nunca falei com ela sobre o meu passado. É como se isso estivesse enterrado em concreto, em cimento”.
Aos 90 anos, ele ainda luta contra o antissemitismo.
Peter Gardosch (Sobrevivente do Holocausto): “Numa loja, havia toranjas sul-americanas e israelenses, de Jaffa. E eu peguei as que vinham de Jaffa, não por solidariedade judaica, mas porque são melhores, mais gostosas. Atrás de mim, uma senhora disse: ‘Não compre de judeus’”.
Antes da pandemia de coronavírus, ele relatava sua experiência em escolas.
Peter Gardosch (Sobrevivente do Holocausto): “É bom que isso seja retratado em escolas, nos livros de história. Mas não se pode responsabilizar a jovem geração, e a próxima geração, e a geração depois de dela. Não se pode. Só se pode dizer: ‘Não se esqueçam’”.
Veja também:
Alemanha: Como cientistas identificam as mutações de coronavírus?
Escrito por DW
SALA DE BATE PAPO