Ibovespa recua com Rede D'Or entre maiores perdas
Publicada em
Atualizada em
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta terça-feira, trabalhando abaixo dos 124 mil pontos, com Rede D'Or entre as maiores quedas após resultado trimestral, enquanto a agenda macro no Brasil mostrou números mais fracos do que as expectativas para a produção industrial no começo do ano.
Às 11h10, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 0,68%, a 123.673,01 pontos. O volume financeiro somava R$3,57 bilhões.
De acordo com o IBGE, a produção da indústria no país ficou estagnada em janeiro ante dezembro, encerrando uma série de três meses de taxas negativas, mas o resultado ficou bem aquém da previsão de crescimento de 0,5% nessa base de comparação em pesquisa da Reuters.
'Apesar da surpresa negativa no resultado da produção industrial, a análise detalhada dos números não indica uma fraqueza generalizada da indústria', afirmaram economistas do Bradesco, citando que o aumento na produção de bens de consumo e bens de capital aponta para alguma força na demanda doméstica.
'Entendemos que o ritmo de desaceleração será gradual e não homogêneo entre os segmentos', acrescentaram em nota a clientes.
No exterior, o norte-americano S&P 500 mantinha o sinal negativo, mesmo após quedas expressivas na véspera, conforme persistem preocupações com o potenciais efeitos da tumultuada política comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, daquela economia.
'O clima entre os investidores continua tenso, dado os receios de que o 'tarifaço' de Donald Trump e seus cortes de gastos afetem o crescimento da maior economia do mundo e afete as expectativas para as empresas, por exemplo', afirmou a equipe da Ágora Investimentos, em relatório a clientes.
Nesta terça-feira, Trump disse que instruiu seu secretário de comércio a acrescentar uma tarifa adicional de 25% sobre todo o aço e alumínio provenientes do Canadá que entram nos EUA, elevando a tarifa total sobre esses produtos para 50%.
DESTAQUES
- REDE D'OR ON caía 3,8%, mesmo após divulgar na véspera Ebitda consolidado de R$2 bilhões no quarto trimestre, avanço de 34,4% ano a ano. Analistas do Itaú BBA chamaram a atenção para tendências mais fracas no segmento hospital, com adição mais lenta do que o esperado de leitos operacionais e crescimento substancial em custos de pessoal e de terceiros.
- IGUATEMI UNIT recuava 2,9%, tendo no radar o anúncio de assinou os contratos envolvendo as aquisições de participações nos empreendimentos paulistanos Shopping Pátio Higienópolis e Shopping Pátio Paulista e que acertou compromissos firmes de investimento com 'parceiros financeiros e coproprietários' que somam quase R$1,48 bilhão.
- COGNA ON subia 2,42%, com o balanço do grupo de educação, que será conhecido no final da quarta-feira, também no radar. Em relatório no mês passado, o Goldman Sachs disse que a empresa está melhor posicionada para entregar resultados fortes entre outros nomes de educação, apoiada principalmente pelo forte desempenho da Vasta e sólido EBITDA recorrente na Kroton.
- MAGAZINE LUIZA ON avançava 1,58%, renovando máxima intradia no ano no terceiro pregão seguido de valorização, a poucos dias da divulgação do resultado da varejista no último trimestre do ano passado. O balanço está previsto para a próxima quinta-feira, após o fechamento do mercado brasileiro.
- VALE ON valorizava-se 0,13%, em dia de desempenho misto de futuros do minério de ferro no exterior. O contrato de referência na Bolsa de Cingapura avançava 0,9%, enquanto o vencimento mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, encerrou o pregão praticamente estável.
- PETROBRAS PN recuava 0,81%, descolada da alta dos preços do petróleo no mercado internacional, onde o barril de Brent subia 1,28%.
- ITAÚ UNIBANCO PN caía 0,91%, em mais um dia no qual o sinal negativo prevalecia nos bancos do Ibovespa. BRADESCO PN perdia 1,22%, BANCO DO BRASIL ON cedia 0,79% e SANTANDER BRASIL UNIT era negociada em baixa de 1,33%.
Escrito por Reuters