Itália deve ser o primeiro país ocidental a adotar licença para cólicas menstruais
Esse tipo de medida é apenas inédita no ocidente; no Japão as mulheres têm a possibilidade de requisitar esse tipo de folga desde 1947.
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A Itália pode ser o primeiro país a adotar uma política de licença para mulheres que sofrem com cólicas excessivas durante o período menstrual. Se a medida for aprovada pelo parlamento, as funcionárias obterão o direito de solicitar folgas remuneradas de três dias por mês. Até então, nenhum país do mundo ocidental havia adotado medida semelhante.
De acordo com o jornal romano II Mensageiro, entre 60 a 90 por cento das mulheres italianas sofrem com dores abdominais, de cabeça, coluna ou distúrbios hormonais. Para 30 por cento delas, as dores são insuportáveis, a ponto de deixa-las incapazes de levantar da cama por horas ou dias.
Esse tipo de medida é apenas inédita no ocidente. No Japão, as mulheres têm a possibilidade de requisitar esse tipo de folga desde 1947. Algumas províncias da China e a Indonésia também dão esse direito a suas funcionárias. Na Coreia do Sul, as mulheres podem justificar faltas com atestados médicos ginecológicos desde 2001, e em Taiwan, desde 2013.
A Itália já tem outras leis trabalhistas que beneficiam as mulheres. A licença maternidade, por exemplo, dura 5 meses e a funcionária ganha 80 por cento do salário durante esse período. Quando nasce uma criança, ambos os pais podem, também, solicitar mais até seis meses de folga, em que permanecem recebendo 30 por cento do total.
No entanto, a adoção da medida pode acabar intensificando as demissões de mulheres. Mesmo sendo uma prática ilegal, uma a cada quatro mulheres italianas são demitidas durante a gestação, de acordo com dados de 2014 do ISTAT.
De acordo com a economista e pesquisadora de políticas públicas Daniela Pizzalunga em entrevista ao Washington Post, esse cenário pode ser decisivo para que a desigualdade de gênero se intensifique. A opinião é compartilhada por Emily Martin, do Centro Nacional de Diretos da Mulher, dos EUA. “Eu admiro o que acredito ser a intenção da lei, que é assegurar que as necessidades da mulher sejam contempladas também em seus trabalhos. Mas fico preocupada com o potencial que essa regra específica ao gênero feminino possui de criar retaliações e discriminação”, disse à revista Glamour.
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Escrito por Redação
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