Juíza da Suprema Corte dos EUA pede que história do racismo seja ensinada nas escolas
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Por Andrew Chung
(Reuters) - A juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos Ketanji Brown Jackson pediu nesta sexta-feira um comprometimento para lembrar e ensinar a história do racismo e da violência no país, ao relembrar o assassinato de quatro meninas negras por supremacistas brancos em um ataque à bomba em Birmingham, no Estado do Alabama.
Jackson fez o principal discurso da cerimônia na Igreja Batista da 16th Street, em Birmingham, onde membros da Ku Klux Klan realizaram o atentado há 60 anos, em 15 de setembro de 1963.
“Sei que atrocidades como a que estamos relembrando hoje são difíceis de lembrar e reviver, mas também sei que é perigoso esquecê-las”, disse Jackson, a primeira mulher negra a servir no tribunal de nove membro.
Jackson usou parte de seu discurso como um alerta contra a “complacência e ignorância”.
“Aprender sobre a história do nosso país pode ser doloroso, mas a história é também a nossa melhor professora”, disse. 'Nosso passado está repleto de muita violência, muito ódio, muito preconceito, mas podemos realmente dizer que não estamos enfrentando esses mesmos males agora? Temos que assumir até mesmo as partes mais sombrias do nosso passado, compreendê-las e jurar nunca repeti-las.'
O atentado com dinamite matou Addie Mae Collins, Carole Robertson e Cynthia Wesley, de 14 anos, e Denise McNair, de 11 anos, em 1963. As mortes das meninas chocaram a nação e foram fundamentais para a aprovação da Lei Federal dos Direitos Civis de 1964.
O discurso de Jackson ocorre num momento de conflito em vários Estados sobre o ensino de história nas escolas, especialmente na Flórida, que restringiu algumas iniciativas educacionais em relação ao racismo, à escravidão e aos direitos LGBTQ.
(Reportagem de Andrew Chung em Nova York)
Escrito por Reuters
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