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Junta militar do Níger diz que processará presidente deposto por traição

Placeholder - loading - Mohamed Bazoum em declaração na ONU  22/9/2022   REUTERS/Mike Segar
Mohamed Bazoum em declaração na ONU 22/9/2022 REUTERS/Mike Segar

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NIAMEI (Reuters) - A junta militar que tomou o poder no Níger em um golpe de Estado no mês passado disse que processará o presidente deposto Mohamed Bazoum por alta traição devido a suas relações com chefes de Estado estrangeiros e organizações internacionais.

Os líderes do golpe prenderam Bazoum e dissolveram o governo eleito, atraindo a condenação das potências globais e dos países vizinhos da África Ocidental, que ativaram uma força militar de prontidão que pode intervir para restabelecer Bazoum.

O que está em jogo não é apenas o destino do Níger - um grande produtor de urânio e aliado do Ocidente na luta contra a insurgência islâmica -, mas também a influência de potências globais rivais com interesses estratégicos na região.

O porta-voz da junta, coronel Amadou Abdramane, disse em comunicado lido na TV estatal na noite de domingo que as autoridades militares 'reuniram as evidências necessárias para processar o presidente deposto... por alta traição e minar a segurança interna e externa do Níger'.

Abdramane também disse que houve uma campanha de desinformação contra a junta para tentar 'inviabilizar qualquer solução negociada para a crise a fim de justificar a intervenção militar... em nome da Cedeao (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental)'.

A União Africana, a União Europeia, os Estados Unidos e a Organização das Nações Unidas (ONU) disseram estar preocupados com as condições em que Bazoum está sendo mantido.

O partido político de Bazoum disse que sua família não tem acesso a água corrente, alimentos frescos ou médicos, e o presidente deposto afirmou à Human Rights Watch que seu filho precisava consultar um médico por causa de um problema cardíaco grave.

Mas a junta disse no domingo que Bazoum estava vendo seu médico regularmente e que a última visita foi em 12 de agosto.

'Após esta visita, o médico não levantou preocupações sobre o estado de saúde do presidente deposto e membros de sua família', declarou Abdramane.

Espera-se que o principal bloco regional da África Ocidental, a Cedeao, pressione nesta segunda-feira por mais conversas com a junta, que sinalizou uma potencial disposição de encontrar uma resolução diplomática para o impasse sobre o golpe de 26 de julho.

Escrito por Reuters

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