Líder do Kosovo pede à Espanha que apoie medidas da UE contra Sérvia

GRANADA, Espanha (Reuters) - O presidente do Kosovo pediu nesta quinta-feira que a Espanha -- maior estado da União Europeia a não reconhecer a independência do país -- junte-se a outros países que apoiam medidas de punição à Sérvia pelo tiroteio mortal entre as forças kosovares e sérvios armados no mês passado.

As declarações de Vjosa Osmani-Sadriu ocorreram no início de cúpula organizada pela Espanha da Comunidade Política Europeia de 47 membros, órgão criado para discutir questões no continente após a invasão da Ucrânia pela Rússia no ano passado.

'Espero que a Espanha junte-se a outros países que pensam da mesma forma para adotar medidas contra a Sérvia por esse ato horrendo que ela cometeu contra a paz, a estabilidade e a segurança', disse ela.

'Não há razão para se reunir (com a Sérvia) antes que as sanções sejam adotadas', acrescentou.

O Kosovo tem buscado apoio internacional desde o tiroteio de 24 de setembro, no qual dezenas de sérvios armados se embarricaram dentro de um monastério. Três atiradores e um policial kosovar foram mortos.

A Sérvia nega as acusações de que tenha apoiado os atiradores. O país deteve e libertou um político sérvio de Kosovo que reconheceu ter participado do ataque.

Kosovo e os países ocidentais também acusaram a Sérvia de aumentar sua presença militar na chamada Zona de Segurança Terrestre, uma faixa de 5 quilômetros de largura dentro da Sérvia ao longo da fronteira com Kosovo, o que Belgrado nega.

Antiga província sérvia com maioria étnica albanesa, o Kosovo declarou independência da Sérvia em 2008 após um conflito de guerrilha e uma campanha de bombardeio da Otan em 1999 que expulsou as forças de segurança sérvias.

Preocupada com um precedente que estimule o separatismo em sua própria região da Catalunha, a Espanha é um dos cinco estados da União Europeia que não reconhecem a independência de Kosovo. Os outros são Chipre, Grécia, Romênia e Eslováquia.

(Reportagem de Inti Landauro)