Israel ataca ambulância na Cidade de Gaza, com relato de mortos

GAZA (Reuters) - Israel atingiu nesta sexta-feira uma ambulância na Cidade de Gaza que as forças israelenses disseram que transportava militantes, mas autoridades de Saúde do enclave controlado pelo Hamas afirmaram que o veículo estava levando pessoas feridas ao sul do território sitiado.

Ashraf al-Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde em Gaza, disse que a ambulância fazia parte de um comboio atacado por Israel quando deixava o Hospital al-Shifa, acrescentando, sem fornecer números, haver 'um grande número' de mortos e feridos.

Qidra disse que o comboio foi alvejado tanto no portão do hospital quanto na Praça Ansar, a um quilômetro de distância.

O Exército de Israel disse ter identificado e atingido uma ambulância 'usada por uma célula terrorista do Hamas' na zona de batalha, acrescentando que vários combatentes do Hamas foram mortos no ataque. Também acusou o grupo de transferir militantes e armas dentro de ambulâncias.

Não foram apresentadas provas para sustentar a informação de que a ambulância estaria ligada ao Hamas, mas o Exército informou, em comunicado, que pretende divulgar dados adicionais.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse numa publicação nas redes sociais que estava 'totalmente chocado com relatos de ataques a ambulâncias que retiravam pacientes', acrescentando que os pacientes, os profissionais de saúde e as instalações médicas precisam ser protegidos.

Mais cedo, Qidra disse que ambulâncias enviariam, da sitiada Cidade de Gaza ao sul do enclave, palestinos gravemente feridos com necessidade urgente de cuidados no Egito.

Israel, que tem acusado o Hamas de ocultar centros de comando e entradas de túneis no hospital al-Shifa, ordenou que todos os civis deixassem o norte de Gaza no mês passado. Na quinta-feira, militares israelenses cercaram a área.

Apesar da ordem aos civis para abandonarem as áreas do norte de Gaza, o Exército de Israel continuam a bombardear o sul da faixa também.

Autoridades hospitalares de al-Shifa e do Hamas negaram que a instalação seja usada como base por combatentes militantes.

Um vídeo compartilhado nas redes sociais verificado pela Reuters mostrava pessoas ensanguentadas deitadas ao lado de uma ambulância com luzes piscando em uma rua da cidade enquanto outras corriam para ajudar.

Outro vídeo mostrava três ambulâncias em fila, com cerca de uma dúzia de pessoas deitadas imóveis ou quase sem se mover ao lado dos veículos, e podem ser vistas poças de sangue.

(Reportagem de Angus Mcdowall)