Agência dos EUA vai eliminar gradualmente testes em animais no desenvolvimento de medicamentos
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(Reuters) - A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira que pretende substituir os testes em animais no desenvolvimento de terapias com anticorpos monoclonais e outros medicamentos por 'métodos relevantes para humanos', incluindo o uso de modelos baseados em inteligência artificial (IA).
A nova abordagem ajudaria a aumentar a segurança dos medicamentos, reduzir os custos de pesquisa e desenvolvimento e os preços dos remédios, disse a agência.
'Essa iniciativa marca uma mudança de paradigma na avaliação de medicamentos e promete acelerar curas e tratamentos significativos para os norte-americanos, ao mesmo tempo em que reduz o uso de animais', afirmou o comissário da FDA, Martin Makary.
A exigência de testes em animais da FDA será 'reduzida, refinada ou potencialmente substituída' por dados das chamadas Novas Metodologias de Abordagem (NAMs), que incluem modelos de IA para prever o comportamento de um medicamento, bem como seus efeitos colaterais, além de testes em estruturas semelhantes a órgãos humanos criadas em laboratório.
Ainda assim, a Associação Nacional de Pesquisa Biomédica (NABR) afirmou em um comunicado que, 'atualmente, não há um substituto completo para os modelos animais na pesquisa biomédica e no desenvolvimento de medicamentos'.
A FDA informou que começará a implementar a nova abordagem imediatamente, incentivando o uso de dados NAMs em vez de dados obtidos com testes em animais nos pedidos de autorização para testes em humanos.
A FDA também planeja lançar, ao longo do próximo ano, um programa-piloto que permitirá que desenvolvedores de medicamentos baseados em anticorpos utilizem estratégias de testes que não envolvam animais. Os resultados desse estudo-piloto serão utilizados para definir mudanças mais amplas nas políticas e diretrizes regulatórias, que deverão ser implementadas em fases.
(Reportagem de Mariam Sunny em Bengaluru)
Escrito por Reuters