Justiça Federal envia comunicado informal a PF para que prepare ida de Lula a velório do neto
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Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - A Justiça Federal em Curitiba avisou informalmente à Polícia Federal para preparar a logística necessária para transportar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o local de velório e enterro do neto Arthur, 7 anos, morto dessa sexta-feira em decorrência de uma meningite.
Em nota, o governo do Paraná informou que cedeu uma aeronave a pedido da Superintendência da Polícia Federal para que Lula possa ser levado ao velório do neto, em São Paulo.
De acordo com uma fonte que acompanha o assunto, a decisão judicial formal ainda não chegou à PF, mas a Superintendência, onde Lula está preso desde abril do ano passado, já foi começou os contatos para organizar a logística que permitirá a saída do ex-presidente e sua viagem a São Paulo. Ainda não há hora prevista para a viagem.
Arthur foi internado esta manhã em um hospital em Santo André e faleceu próximo ao meio-dia. Lula foi informado da morte do neto no meio da tarde por um dos advogados, que conseguiu autorização da PF para entrar na unidade, que está fechada até a quarta-feira à tarde em função do Carnaval.
Arthur era filho do publicitário Sandro Luís, filho do meio de Lula. A família morava com o ex-presidente desde a morte de dona Marisa e nas redes sociais de Lula era comum ver fotos com o neto. Desde que o ex-presidente foi preso, em abril do ano passado, Arthur foi pelo menos duas vezes visitar o avô.
A defesa de Lula entrou ainda no início da tarde com o pedido para que o ex-presidente possa ir ao velório e ao enterro, com base na lei de execuções penais que autoriza a saída de presos no caso de morte de cônjuge, ascendentes, descendentes e irmãos.
Em janeiro deste ano, quando seu irmão Vavá morreu de câncer, a juíza de execuções penais negou o pedido para que Lula fosse ao enterro com base em uma alegação da PF de que não teria condições de levar o ex-presidente até o local do enterro. Um recurso contra essa decisão no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) também foi negado.
Já na hora da cerimônia, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, autorizou que Lula se reunisse com a família em algum local fechado em São Paulo, onde aconteceria a cerimônia. A decisão, no entanto, foi dada quando Vavá já estava sendo enterrado.
Lula então se recusou a sair da cadeia sob as condições dadas por Toffoli.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
Escrito por Thomson Reuters
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