Planalto nega relação com blogueiros investigados em inquérito sobre atos antidemocráticos
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Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - A Secretaria de Comunicação da Presidência negou nesta sexta-feira, em nota, que haja a contribuição de integrantes do órgão ou de membros do Palácio do Planalto com conteúdos antidemocráticos ou apoio financeiro a blogs ou canais digitais que apoiam o governo, como revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em inquérito da Polícia Federal.
De acordo com o jornal, a investigação até agora mostrou que youtubers e blogueiros alinhados com o Palácio do Planalto lucram até 100 mil reais mensais com a monetização de seus canais e atraíram milhares de seguidores com informações e vídeos obtidos com a ajuda de assessores presidenciais.
A investigação mostra, por exemplo, que um dos youtubers recebia vídeos exclusivos feitos por um assessor que está sempre ao lado do presidente e filma a maior parte das suas atividades, segundo o jornal. Em outro caso, um outro assessor teria um grupo de WhatsApp com um dos blogueiros investigados, que funcionava como um porta-voz dos blogueiros alinhados em demandas ao Planalto.
Um dos canais do YouTube, por exemplo, conseguiu acesso ao satélite Amazônia, usado pela TV Brasil, para transmitir as imagens de eventos do presidente que acontecem fora de Brasília, segundo a reportagem.
O inquérito conduzido pela PF mostra, ainda, que os canais bolsonaristas tiveram um aumento de 27% de inscritos, chegando a 8,3 milhões de pessoas, entre 1o de março e 30 de junho, período em que se concentraram as manifestações contra o STF e a favor de uma intervenção militar com Bolsonaro à frente, disse o Estadão.
Na nota, o Planalto negou que haja apoio financeiro a qualquer canal digital e que 'não há gabinete do ódio. Não há um centavo de dinheiro público em sites antidemocráticos'.
'Fazer co-relação com vídeos e conteúdos disponíveis publicamente na rede, em blogs de terceiros, é mero exercício de ficção, querendo impor a esse governo relação com atos antidemocráticos', diz o texto.
Escrito por Reuters
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