Promotor ucraniano cita 'marcas de genocídio' em crimes russos na Ucrânia
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Por Anthony Deutsch
HAIA (Reuters) - O principal promotor da Ucrânia disse na terça-feira que os crimes russos nos territórios ucranianos ocupados, incluindo os massacres de Bucha, mostram um padrão de comportamento genocida que deve ser julgado internamente e, em última instância, pelo Tribunal Penal Internacional.
O procurador-geral Andriy Kostin fez o comentário durante uma entrevista à Reuters dois anos após a matança em massa de civis na cidade de Bucha, logo depois que Moscou iniciou sua invasão em grande escala em 24 de fevereiro de 2022.
Mais de 125.000 supostos crimes de guerra cometidos pelas forças russas foram registrados pelo escritório de Kostin, milhares deles em Bucha.
A Rússia nega que suas tropas tenham cometido crimes de guerra na Ucrânia e disse que alguns eventos, como a suposta execução de civis ucranianos em Bucha, foram encenados. Moscou rejeita os quatro mandados do TPI para suspeitos russos, considerando-os sem sentido.
A Rússia diz que a Ucrânia cometeu crimes de guerra durante o conflito, o qual Moscou data de 2014, incluindo o bombardeio indiscriminado de áreas do leste da Ucrânia.
Os promotores na Ucrânia julgaram e condenaram 25 russos por crimes de guerra na região de Kiev, disse Kostin.
'Estamos convencidos de que não se trata de incidentes isolados e, do nosso ponto de vista, muitos deles têm marcas de genocídio', declarou ele.
Kostin disse que as investigações reforçaram o processo internacional de genocídio, com os mandados de prisão no TPI já sustentando crimes de guerra e crimes contra a humanidade mais generalizados.
O TPI emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, pelo suposto crime de guerra da deportação de crianças ucranianas para a Rússia em 2023. Em março deste ano, emitiu mandados de prisão por supostos crimes contra a humanidade contra comandantes russos por ataques contra a infraestrutura civil.
Escrito por Reuters
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