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Queen e o Tabu do Electro-Funk: Desvende os Segredos de "Hot Space"

Preparem-se para uma jornada controversa e eletrizante pelo décimo álbum de estúdio da banda

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Os fãs de Queen tiveram muitas surpresas a partir dos anos 80. Eles, que tiveram que esperar por praticamente um ano e meio por um novo álbum após o triunfo da trilha sonora de “Flash Gordon”, nem sabiam o que estava por vir.

No entanto, eles ainda puderam se deliciar com todos os seus sucessos favoritos no projeto “Greatest Hits”, lançado em outubro de 1981. Este não só se tornou o mais bem-sucedido comercialmente da banda, com mais de 25 milhões de cópias vendidas, mas também passou mais de 500 semanas nas paradas do Reino Unido.

Na preparação para o que se tornaria seu décimo álbum de estúdio, “Hot Space”, que chegou às lojas em 21 de maio de 1982, Queen embarcou em uma enorme turnê mundial, passando pela América do Norte, Europa, Ásia e América do Sul. A banda quebrou recordes de bilheteria e lotou vastos estádios na Argentina (incluindo o Estádio José Amalfitani com 300.000 lugares em Buenos Aires), Brasil, Venezuela e México – países que forneceriam alguns dos fãs mais fiéis da banda.

Como seu antecessor, “Hot Space” foi gravado em duas fases distintas: no verão de 1981 no Mountain Studios em Montreux e de dezembro de 1981 a março de 1982 no Musicland Studios em Munique. Além de continuar a parceria com o produtor Reinhold Mack, Queen também trabalhou com o engenheiro Dave Richards.

E até para o Queen, o álbum contou com algumas surpresas. Como, por exemplo, a fabulosa colaboração com David Bowie em "Under Pressure", por mais que tenha sido incluída no álbum final, foi na verdade um projeto bastante separado. Em julho de 1981, Bowie estava em Montreux para conversar com seus velhos amigos e combinado de participar de outra faixa do projeto, "Cool Cat".

E o que aconteceu nos estúdios foi que Bowie não gostou de sua contribuição para aquela música e suas partes foram apagadas. Mas, ele ficou intrigado com a linha de baixo de John Deacon em um trabalho chamado "Feel Like", escrito por Roger Taylor. De uma sessão de jam que durou toda a noite, a música começou a tomar forma e, com Freddie Mercury e Bowie trocando ideias, "Under Pressure" fez jus ao seu título! Surgiu uma faixa magnífica que, quando lançada como single, se tornaria o segundo hit número um do grupo no Reino Unido depois de "Bohemian Rhapsody".

Quer seja vista como uma amostra de “Hot Space” ou como uma música por si só, quando surgiu em outubro de 1981, "Under Pressure" teve um resultado diferente do álbum como um todo. Na verdade, “Hot Space” é considerado um movimento de carreira bastante controverso para o Queen, já que grande parte do clima é definido pela dança e pela discoteca funky - que eles já haviam explorado como "Another One Bites The Dust" de Deacon.

Capa inspirada em Warhol

A capa do álbum, ideia de Mercury, é vagamente baseada no estilo de serigrafia de Andy Warhol, mostrando os quatro membros em quartos separados. Mercury deu uma entrevista reveladora em 1981, em que contou que o grupo não costumava mais se socializar tanto e que chegavam aos shows em limusines separadas.

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Qualquer que seja o contexto de sua criação, “Hot Space” tem muito a recomendá-lo, tanto em termos de performance quanto de composição. A sonoridade eletro-disco foi aprimorada pelo uso da bateria eletrônica Linn LM-1 por Taylor, enquanto Mercury fornece o sintetizador Oberheim; a confiável Red Special de Brian May ainda está em evidência e Deacon toca guitarra base em vez de baixo aqui.

Um afastamento do “som do Queen”

Os primeiros dois minutos de uma entrevista com o Queen em 1984 são, no mínimo, perturbadores. Ao ouvi-los falar sobre “Hot Space”, o único álbum em seu vasto repertório no qual eles seguiram por um caminho diferente, não é de surpreender que as pessoas achassem que ele foi um fracasso.

"Um álbum inteiro disso não é realmente o que as pessoas querem de nós...", diz Roger Taylor. Ele e Brian May parecem ter criado o álbum mais desanimador de sua carreira. John Deacon, uma força motriz por trás do projeto devido ao tempo que passou no estúdio com Chic, teve pouco a dizer.

Mas o mais chocante veio de Freddie Mercury. A reação negativa a “Hot Space” influenciou o álbum seguinte, “The Works” e "isso nos fez jogar um pouco mais seguros", disse o astro do rock. Agora, a última coisa que você espera ouvir de Freddie Mercury é que ele quer “jogar seguro”, dentro da zona de conforto do público.

E, realmente, "seguro" “Hot Space” certamente não é. O álbum pega tudo pelo que o Queen era conhecido e subverte. Baterias eletrônicas em vez de timbalões estrondosos, arranjos de metais em vez dos grandiosos solos de guitarra, e letras mais sexuais.

Cada faixa do álbum é uma pista perspicaz sobre o que exatamente eles estavam pensando durante a gravação. Se Deacon estava se aventurando no disco, então May e Taylor estavam lá para garantir alguns hits de estádio para manter os shows ao vivo eletrizantes. May gravou o solo de guitarra de "Put Out The Fire" visivelmente irritado e de mau humor. E essa tensão entre experimentação e tradição colocou “Hot Space” em um território único, uma espécie de meio termo: é desconfortável, mas deliciosamente divertido.

"Back Chat" de John Deacon é um afastamento total do “som do Queen”. John queria algo elegante e minimalista, mas Brian acabou contribuindo com um solo de guitarra quente, e no final a soma não foi ruim. "Body Language" de Freddie é igualmente ousada, com uma letra picante para a época (meio "Relax" do Frankie Goes to Hollywood). E a parceria Mercury/Deacon em “Cool Cat” tem sua importância– sendo um dos “lados B” mais groovados da banda.

Ao todo, “Hot Space” pode não ter sido o que os fãs esperavam, mas é um testemunho da coragem do Queen de se afastar de sua zona de conforto e explorar novos territórios. E nisso, reside seu verdadeiro valor.

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