A Revolução do Glam Rock: Quando a Música Se Tornou Arte
Nos anos 1970, a Grã-Bretanha parecia afundar em um limbo cinzento. O fervor do utópico "Verão do Amor" havia se dissipado, dando lugar a crises econômicas, tensões políticas e uma sensação generalizada de decadência nacional. Nesse cenário melancólico, o glam rock surgiu como um raio de luz, trazendo uma explosão de cores, sons eletrizantes e uma atitude desafiadora. Mais do que um simples gênero musical, ele se tornou uma declaração cultural, um antídoto contra o tédio e a seriedade que haviam tomado conta da cena musical da época.
Enquanto o mercado estava sendo preenchido cada vez mais com artistas com um padrão: ‘cabelos longos, jeans desbotados que abraçavam a introspecção e os ideais remanescentes do Flower Power’; o glam rock oferecia o oposto: rejeitava a austeridade e celebrava o diferente. Não queria mudar o mundo — queria escapar dele. Com maquiagens marcantes, figurinos extravagantes e uma teatralidade que beirava a performance artística, o glam era mais que música, era uma celebração descarada do exagero. Como um 'delírio coletivo’ que desafiava as convenções e instigava o público a sonhar mais alto.