Resolução da ONU sobre Gaza não tem impacto imediato em negociações de cessar-fogo, diz Catar
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Por Andrew Mills e Ahmed Elimam e Clauda Tanios
DOHA (Reuters) - A resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que exige um cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas na Faixa de Gaza não tem tido um impacto imediato nas negociações em Doha, disse o mediador Catar nesta terça-feira.
A resolução exige um cessar-fogo imediato entre Israel e o Hamas, bem como a libertação dos reféns. Os Estados Unidos se abstiveram da votação, irritando Israel, que queria que Washington vetasse a proposta. Os demais 14 membros do conselho votaram a favor.
'Não vimos nenhum efeito imediato sobre as negociações, elas estão em andamento como antes, enquanto a decisão (da ONU) estava ocorrendo', disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al-Ansari, durante uma coletiva de imprensa em Doha nesta terça-feira.
Uma fonte informada sobre as negociações disse anteriormente à Reuters que uma delegação da agência de espionagem israelense Mossad, que havia chegado ao Catar há mais de uma semana, ainda estava participando das discussões. Uma pequena equipe do Mossad estava retornando a Israel para consultas sobre os desenvolvimentos, acrescentou a fonte.
Há semanas os lados vêm discutindo uma possível trégua de cerca de 42 dias, durante a qual cerca de 40 reféns israelenses seriam libertados em troca de centenas de prisioneiros palestinos. Israel diz que está disposto a considerar apenas uma pausa temporária nos combates; o Hamas deseja que qualquer acordo leve ao fim da guerra.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira que o Hamas havia feito exigências 'ilusórias', o que, segundo ele, mostrava que os palestinos não estavam interessados em um acordo. O Hamas tem acusado Israel de paralisar as negociações enquanto realiza sua ofensiva militar.
As discussões, mediadas pelo Egito e pelo Catar, continuam enquanto uma crise humanitária devasta os palestinos em Gaza, com grave escassez de alimentos, medicamentos e atendimento hospitalar. Há preocupações crescentes de que a fome se instale.
A guerra foi desencadeada quando o Hamas invadiu o sul de Israel em 7 de outubro, matou 1.200 pessoas e levou 253 reféns para o enclave, de acordo com os registros israelenses. Israel retaliou ao atacar Gaza em uma ofensiva militar que matou mais de 32.000 palestinos, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.
Escrito por Reuters
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